As cerimônias fúnebres para o presidente do Irã, Ebrahim Raisi, e todas as vítimas da queda de um helicóptero no último domingo (19) começaram nesta terça-feira (21), em Tabriz.
Conforme anunciado pelo vice-presidente da República, Mohsen Mansouri, o sepultamento de Raisi será realizado no próximo dia 23 de maio em Mashhad, cidade natal do líder iraniano, no nordeste do país.
O corpo do presidente do Irã será levado para o Santuário de Imam Reza, a maior mesquita do mundo em área de superfície.
As mortes na tragédia fizeram Teerã declarar cinco dias de luto.
A lém de Raisi, também estavam a bordo do helicóptero que caiu na região leste do Azerbaijão o ministro das Relações Exteriores do Irã, Hossein Amir-Abdollahian, o governador da província do Azerbaijão Oriental, Malek Rahmati, o líder religioso de Tabriz, Mohammadali Al-Hashem, o guarda-costas do presidente, o general Mehdi Mousavi, membro da base Ansar al-Mahdi da Guarda Revolucionária, o piloto, o co-piloto e o engenheiro de voo.
Todos os corpos serão transferidos para Qom esta tarde e depois para Teerã nesta noite. A cerimônia fúnebre continuará na manhã de quarta (22) na capital. Segundo a IRNA, os corpos das vítimas serão sepultados um dia depois nos respetivos locais de nascimento.
A despedida é feita enquanto as autoridades investigam o que causou a queda da aeronave na encosta de uma montanha remota. De acordo com o embaixador iraniano em Moscou, Kazem Jalali, só depois da investigação em andamento é que o Irã poderá anunciar as causas da queda do helicóptero, dizendo assim se "foi apenas um acidente ou outra coisa".
Em entrevista à televisão estatal transmitida pela agência Tass, o diplomata acrescentou que os resultados serão entregues ao guia supremo do Irã, Ali Khamenei, e tornados públicos.
Paralelamente, o procurador-geral iraniano, Mohammad Kazem Movahhedi Azad, ordenou uma repressão aos usuários online que postam "insultos" contra o falecido presidente e outras pessoas mortas no acidente de helicóptero.
Azad começou a pedir prisões logo após a confirmação da morte de Raisi. Enquanto utilizadores pró-regime partilham mensagens de luto nas redes sociais, vozes dissidentes recordam o papel de Raisi na execução de milhares de presos políticos na década de 1980 e na repressão violenta de protestos antigovernamentais.
Algumas pessoas, inclusive, expressam alegria pela sua morte.
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