Um conflito entre manifestantes e policiais em Nairóbi, no Quênia, deixou ao menos 10 mortos nesta terça-feira (25). O protesto, inicialmente pacífico, se tornou violento e participantes invadiram o prédio do Parlamento.
Após manifestantes terem atirado pedras, agentes de segurança dispararam balas de borracha para o alto e contra as pessoas para tentar dispersar a multidão nas ruas.
Os policiais também usaram gás lacrimogêneo. A ativista queniana Rita Auma Obama, irmã do ex-presidente americano Barack Obama, participou do protesto e relatou ter sido atingida pelo gás em entrevista à CNN.
Após o início da confusão, alguns manifestantes chegaram a atear fogo ao hall do Parlamento e ao gabinete do governador, Johnson Sakaja, bem como a outros escritórios administrativos.
As chamas foram extintas.
Foram registradas ao menos 52 prisões. Segundo a Anistia Internacional, 21 pessoas foram "raptadas ou desapareceram por mãos de agentes, fardados ou não".
A violência se intensificou após a aprovação pelos parlamentares do projeto de lei financeiro que mira arrecadar mais US$ 2,7 bilhões (R$ 14,6 bi) para melhorar a situação da dívida do país.
O presidente do Quênia, William Ruto, prometeu adotar uma linha dura contra "a violência e a anarquia" após os protestos contra os aumentos de impostos propostos por seu governo, que resultaram em ao menos 10 mortes e uma invasão ao Parlamento.
"Vamos fornecer uma resposta completa, eficaz e oportuna aos eventos de hoje, que foram uma traição", declarou, classificando a data como "um dos dias mais sombrios da história da democracia no Quênia".
Apelando por diálogo com os jovens, Ruto condenou veementemente os supostos responsáveis e financiadores de "violência e anarquia", prometendo medidas severas para evitar futuros confrontos.
Após os acontecimentos, o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, se disse “profundamente preocupado”, segundo um porta-voz.
Na última quinta-feira (20), outra onda de manifestações no país deixou dois mortos e mais de 100 feridos em todo o país.
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