O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu nesta terça-feira (9) com seu homólogo da Bolívia, Luis Arce, e convidou o país andino para participar da cúpula de líderes do G20, em novembro, no Rio de Janeiro.
A viagem do petista a Santa Cruz de la Sierra já estava marcada antes do golpe frustrado de 26 de junho, porém acabou servindo como um ato de desagravo ao governo Arce, que é acusado até por seu ex-aliado Evo Morales de encenar uma insurreição para ganhar popularidade.
"As instituições bolivianas mostraram seu valor frente a uma grave ameaça", afirmou Lula em pronunciamento conjunto com o presidente do país andino.
O líder brasileiro citou a "onda de extremismo que desembocou" na tentativa de golpe promovida por bolsonaristas em 8 de janeiro de 2023 e alertou que a Bolívia, que "já havia provado desse gosto amargo com o golpe" contra Morales em 2019, "não pode voltar a cair nessa armadilha".
"Não podemos aturar devaneios autoritários e golpismo. Temos a enorme responsabilidade de defender a democracia contra retrocessos. Em todo o mundo, a desunião das forças democráticas só tem servido à extrema direita", salientou Lula, citando a França e o Reino Unido como exemplos do "imperativo de superar diferenças em prol de um objetivo comum".
O presidente ainda deu as boas-vindas à Bolívia no Mercosul e afirmou que espera "poder receber logo e muito rapidamente de volta a Venezuela", cuja normalização política significaria "estabilidade para toda a América do Sul".
Lula também destacou que Brasil e Bolívia compartilham a prioridade para a "redução da desigualdade e a promoção da insegurança alimentar". "Por isso, fiz questão de convidar a Bolívia a participar da cúpula do G20 em novembro e a se somar à Aliança Global de Combate à Fome e à Pobreza, que será lançada pela presidência brasileira", disse.
Segundo Lula, Arce também manifestou interesse de ingressar no Brics, grupo de países emergentes que tenta fazer frente ao G7. "O Brasil vê como muito positiva a inclusão da Bolívia e de outros países da nossa região", acrescentou. (ANSA)
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