Um relatório divulgado pela ONG Save the Children nesta quinta-feira (25) denunciou que há quase 50 milhões de pessoas no mundo que são vítimas de diversas formas de escravidão moderna, das quais mais de 12 milhões são menores.
De acordo com a 14ª edição do estudo "Pequenos Escravos Invisíveis", publicado por ocasião do "Dia Internacional contra o Tráfico de Seres Humanos", as vítimas são afetadas sobretudo no que diz respeito às "formas de trabalho forçado, que compreende aquele para fins sexuais e atividades ilícitas, além de casamentos forçados".
"Entre os menores, 3,3 milhões estão envolvidos em trabalhos forçados, principalmente para exploração sexual (1,69 milhão) ou para laboral (1,31 milhão), e em áreas como trabalho doméstico, agricultura, indústria, construção ou atividades ilícitas", diz o texto.
Além disso, 320 mil pessoas são submetidas a trabalhos forçados pelos Estados, como prisioneiros, dissidentes políticos ou membros de minorias étnicas ou religiosas perseguidas. No total, 9 milhões são menores vítimas de casamentos arranjados.
Segundo o relatório, o fenômeno dos casamentos forçados afeta geograficamente o Leste Asiático (mais de 66% dos casos), seguido pela África (14,5%), da Europa e da Ásia Central (10,4%).
A maioria dos matrimônios arranjados são organizados pelos pais das vítimas (em 73% dos casos) ou por familiares próximos (16%) e estão frequentemente ligados a situações de forte vulnerabilidade, como a servidão doméstica ou a exploração sexual".
"Não podemos fechar os olhos ao fenômeno do tráfico e da exploração de crianças, uma tragédia generalizada em todo o mundo, mas também presente no nosso país", afirma Raffaela Milano, diretora de Investigação e Formação da Save the Children.
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