O governo da Rússia cobrou nesta terça-feira (30) que a oposição venezuelana respeite o resultado das eleições, que tiveram o presidente Nicolás Maduro proclamado como vencedor com 51,20% dos votos.
O desfecho do pleito é questionado pela oposição e por parte da comunidade internacional, que exigem do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) a publicação das atas de cada urna.
"Estamos vendo que a oposição não quer aceitar sua derrota, mas achamos que a oposição deve parabenizar o vencedor das eleições", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.
"As tentativas de influenciar a situação na Venezuela não deveriam ser alimentadas por outros países", acrescentou.
Maduro também recebeu o apoio de outro aliado de peso, o presidente da China, Xi Jinping, que enviou uma mensagem para felicitá-lo pela "reeleição". "Desde que assumiu o cargo, Maduro guiou o governo e o povo venezuelanos em um percurso de desenvolvimento adequado às próprias condições nacionais, obtendo resultados notáveis", salientou o líder chinês.
A oposição liderada por María Corina Machado, impedida de disputar as eleições, reivindica a vitória do candidato Edmundo González Urrutia com "mais de 73% dos votos" e prometeu divulgar as atas que comprovam essa estimativa.
Machado, no entanto, se tornou alvo de uma investigação por fraude eleitoral, enquanto milícias chavistas se concentraram em torno do Palácio de Miraflores, em Caracas, para defender Maduro, alvo de crescentes protestos por todo o país.
"Se quiserem gerar violência, nos encontrarão aqui. Estamos prontos a defender o palácio, a Constituição e a vitória do presidente", disse o vice-mandatário do Partido Socialista Unido da Venezuela (Psuv), Diosdado Cabello, um dos homens fortes do chavismo.
O regime venezuelano também suspendeu voos para Panamá e República Dominicana, acusados de "ingerência em questões internas", e expulsou diplomatas dos dois países e de Argentina, Chile, Costa Rica, Peru e Uruguai, que não reconheceram a vitória de Maduro.
Já o Brasil prepara um comunicado conjunto com México e Colômbia, países governados por presidentes progressistas, mas o teor desse documento ainda é incerto. (ANSA)
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