O empresário Hunter Biden, filho do presidente americano Joe Biden, pediu ajuda ao Departamento de Estado dos EUA, quando seu pai era vice-presidente, para criar um projeto de energia na Itália para a empresa ucraniana Burisma.
A informação foi revelada nesta quarta-feira (14) pelo jornal "New York Times", citando documentos do Departamento de Estado divulgados depois que Biden desistiu de disputar a corrida eleitoral à Casa Branca.
De acordo com o relatório, Hunter escreveu uma carta ao embaixador dos Estados Unidos na Itália, em 2016, solicitando assistência para a gigante ucraniana do gás, na qual integrava o conselho de administração.
O contato ocorreu quando a empresa estava tendo dificuldade em garantir aprovação regulatória para um projeto geotérmico na Toscana, relatou à publicação um empresário envolvido na iniciativa.
A reportagem informa que os funcionários da embaixada reagiram com desconforto ao pedido do filho do vice-presidente. "Quero ter cuidado para não prometer demais", teria escrito um funcionário do Departamento de Comércio da sede diplomática em sua resposta.
A autoridade pareceu alarmada com o pedido, observando os vários protocolos em vigor que impedem o governo dos EUA de fazer lobby em nome de empresas estrangeiras.
"Esta é uma empresa ucraniana e, puramente para nos proteger, [o governo dos EUA] não deveria estar advogando ativamente com o governo da Itália sem que a empresa passe pelo [Departamento de Comércio] Advocacy Center", escreveu o funcionário.
No entanto, não está claro se a Embaixada dos EUA tentou ajudar a Burisma, mas o projeto nunca foi iniciado na Toscana.
O advogado do filho do presidente dos EUA, Abbe Lowell, chegou a dizer que "Hunter perguntou a várias pessoas, incluindo o então embaixador dos EUA na Itália, John R. Phillips, se poderiam marcar um encontro entre a Burisma e o governador da região da Toscana, onde a empresa ucraniana queria levar adiante um projeto geotérmico".
Apesar da tentativa, ele destacou que "não ocorreu nenhuma reunião, nenhum plano se concretizou e o pedido foi totalmente apropriado".
Por sua vez, um porta-voz da Casa Branca disse que o presidente não sabia que seu filho havia abordado a embaixada dos EUA na Itália em nome da Burisma.
As novas informações sobre o trabalho de Hunter com a Burisma surgem em meio a seus problemas legais contínuos e às diversas críticas feitas pelos republicanos sobre sua relação com a empresa ucraniana.
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