As Forças de Defesa de Israel (IDF) encontraram os corpos de seis reféns em um túnel em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, episódio que aumentou a pressão popular sobre o premiê Benjamin Netanyahu por uma trégua que permita a libertação dos sequestrados ainda vivos.
Os restos mortais estavam a um quilômetro da galeria onde Farhan al-Qadi, libertado pelas IDF na semana passada, era mantido em cativeiro.
Os corpos encontrados em Rafah são de Alex Lubnov, 33 anos e que também tinha cidadania russa; Almog Sarusi, 27; Eden Yerushalmi, 24; Carmel Gat, 39; o americano-israelense Hersh Goldberg-Polin, 23; e Ori Danino, 25.
Cinco deles foram raptados pelo Hamas no festival de música eletrônica Nova, um dos principais alvos dos terroristas em 7 de outubro. A única exceção é Carmel, sequestrada no kibutz Be'eri.
Segundo o porta-voz das IDF, Daniel Hagari, os seis israelenses foram "brutalmente assassinados" pouco antes da chegada do Exército. A autópsia apontou que as vítimas foram mortas com tiros à queima-roupa na cabeça e em outras partes do corpo entre quinta e sexta-feira. Já o Hamas disse que os reféns morreram em "ataques aéreos" de Israel.
"Digo aos terroristas do Hamas que assassinaram nossos raptados: não vamos ficar parados e em silêncio. Vamos acertar as contas", ameaçou Netanyahu, que ainda acusou o grupo fundamentalista de "se recusar a negociar". "Quem mata reféns não quer um acordo", acrescentou.
No entanto, o fórum que reúne famílias de sequestrados em 7 de outubro cobrou que o primeiro-ministro assuma a "responsabilidade pelo abandono" dos israelenses em cativeiro.
"Nos últimos meses, oito reféns foram recuperados vivos em operações militares, em relação aos 105 libertados no acordo de novembro", declarou o grupo. Segundo o Hamas, algumas das vítimas encontradas neste fim de semana estavam na lista de pessoas que seriam libertadas inicialmente no caso de um acordo.
As famílias de dois reféns achados mortos ainda se recusaram a atender telefonemas de Netanyahu, enquanto um sindicato de servidores púbicos declarou greve geral em Israel nesta segunda-feira (2).
Cerca de 100 dos 251 reféns sequestrados pelo Hamas continuam em Gaza, mas é incerto quantos ainda estão vivos.
Reações
Crítico do atual governo israelense, o alto representante da União Europeia para Política Externa, Josep Borrell, disse ter ficado "chocado" com o homicídios dos reféns pelo Hamas.
"Esses jovens homens e mulheres inocentes deveriam ter sido resgatados muito tempo atrás. Estamos ao lado de todos os reféns", salientou o chefe da diplomacia do bloco, cobrando um cessar-fogo para "colocar fim a essa tragédia".
Já o secretário-geral da ONU, António Guterres, exigiu a libertação "incondicional" dos sequestrados. "As notícias trágicas de hoje são um lembrete devastador da necessidade de acabar com o pesadelo da guerra em Gaza", acrescentou.
A vice-presidente dos Estados Unidos e candidata democrata à Casa Branca, Kamala Harris, condenou a "contínua brutalidade do Hamas". "A ameaça representada para o povo de Israel e os cidadãos americanos em Israel deve ser eliminada", destacou.
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