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MP conclui inquérito contra Chiara Ferragni por fraude

MP conclui inquérito contra Chiara Ferragni por fraude

Caso abalou império da influenciadora mais seguida da Itália

MILÃO, 04 de outubro de 2024, 09:25

Redação ANSA

ANSACheck
Chiara Ferragni pode responder a processo por fraude agravada - TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

Chiara Ferragni pode responder a processo por fraude agravada - TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

O Ministério Público de Milão concluiu as investigações contra a influenciadora digital Chiara Ferragni, que deve ser formalmente denunciada por fraude agravada em campanhas supostamente beneficentes de pandoros, doce natalino típico da Itália, e ovos de Páscoa entre 2022 e 2023.
    O escândalo abalou o império da influencer mais seguida do país, que perdeu contratos de patrocínio nos últimos meses e ainda entrou em processo de divórcio com o rapper Fedez, separação cujos motivos ainda são desconhecidos.
    Além de Ferragni, a investigação também mirou seu ex-funcionário Fabio Damato e os proprietários das empresas Balocco (Alessandra Balocco) e Dolci Preziosi (Franco Cannillo), fabricantes dos pandoros e dos ovos de Páscoa no centro do caso.
    "O inquérito permitiu a reconstrução do planejamento de divulgação de comunicações de caráter enganoso, voltadas a ludibriar os consumidores quanto à ligação entre a compra dos produtos anunciados e iniciativas beneficentes", diz um comunicado assinado pelo procurador Marcello Viola.
    Já os advogados de Ferragni, Giuseppe Iannaccone e Marcello Bana, afirmaram em nota que o caso "não tem qualquer relevância penal" e que os "lucros controversos" obtidos com os dois produtos já foram "resolvidos" em negociações com a autoridade italiana de regulação do setor de propaganda (Agcom).
    "Chiara Ferragni confia no trabalho da magistratura e que sua inocência será esclarecida o quanto antes", ressaltou a defesa da influenciadora.
    O escândalo começou após Ferragni ter sido multada em 1 milhão de euros (R$ 6 milhões) por prática comercial desleal na promoção de um pandoro com edição limitada que carregava sua marca no Natal de 2022.
    A propaganda do produto fazia o público acreditar que o dinheiro obtido com as vendas seria revertido para o hospital pediátrico Regina Margherita, de Turim, mas, na verdade, a Balocco já havia feito uma doação de 50 mil euros (R$ 300 mil) antes mesmo de a campanha começar, valor muito menor do que o arrecadado posteriormente.
    Mais tarde, veio à tona que algo semelhante havia acontecido com a venda de ovos de Páscoa com a marca da influenciadora em 2022 e 2023, cuja arrecadação seria revertida, segundo a propaganda, para a ONG I Bambini delle Fate, que faz projetos de inclusão social para menores portadores de deficiência.
    De acordo com o Ministério Público, Ferragni teria lucrado 2,2 milhões de euros (R$ 13,2 milhões) com os dois produtos. Em meio à repercussão negativa do caso, a italiana fechou acordos para doar 1 milhão de euros (R$ 6 milhões) ao hospital e 1,2 milhão (R$ 7,2 milhões) à ONG.
   

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