As eleições municipais de 2024, que marcam a metade do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, terminam com um sabor amargo para o PT, que governará apenas uma capital a partir de 1º de janeiro de 2025, enquanto o bolsonarismo faturou a joia da coroa, São Paulo (SP), com a reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB).
Apoiado desde o começo pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, Nunes obteve 59,4% dos votos, contra 40,6% do deputado de esquerda Guilherme Boulos (Psol), aliado de Lula e que fracassou em mais uma tentativa de liderar a maior cidade do Brasil.
A vitória solitária do PT foi alcançada em Fortaleza (CE), onde Evandro Leitão superou o bolsonarista André Fernandes por cerca de 11 mil votos válidos, em um universo de 1,4 milhão, mas o partido perdeu nas outras três capitais nas quais disputava contra aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro: Cuiabá (MT), onde Abilio Brunini (PL) superou Lúdio Cabral; Porto Alegre (RS), com a vitória do prefeito Sebastião Melo (MDB) sobre Maria do Rosário; e Natal, onde Natália Bonavides perdeu para Paulinho Freire (União Brasil).
Das 26 capitais, candidatos apoiados por Lula (seja desde o começo ou apenas no segundo turno) foram eleitos em sete: Evandro Leitão (Fortaleza-CE), do PT; João Campos (Recife-PE), do PSB; Eduardo Paes (Rio de Janeiro-RJ) e Fuad Noman (Belo Horizonte-MG), do PSD; Igor Normando (Belém-PA), do MDB; Eduardo Siqueira Campos (Palmas-TO), do Podemos; e Cícero Lucena (João Pessoa-PB), do PP.
Por outro lado, candidatos apoiados por Bolsonaro venceram em 12 capitais: Topázio Neto (Florianópolis-SC) e Eduardo Pimentel (Curitiba-PR), do PSD; Tião Bocalom (Rio Branco-AC), João Henrique Caldas (Maceió-AL), Emília Corrêa (Aracaju-AL) e Abilio Brunini (Cuiabá-MT), do PL; Arthur Henrique (Boa Vista-RR), Sebastião Melo (Porto Alegre-RS) e Ricardo Nunes (São Paulo-SP), do MDB; Bruno Reis (Salvador-BA) e Paulinho Freire (Natal-RN), do União Brasil; e Adriane Lopes (Campo Grande-MS), do PP.
As eleições também confirmam a hegemonia do centrão em nível municipal. Ao todo, 20 capitais serão comandadas pelo bloco conhecido por apoiar todos os governos federais, tanto à esquerda quanto à direita, incluindo cinco do PSD (Rio de Janeiro, Florianópolis, São Luís, Curitiba e Belo Horizonte), cinco do MDB (Belém, Boa Vista, Macapá, Porto Alegre e São Paulo), quatro do União Brasil (Goiânia, Natal, Salvador e Teresina), dois do PP (Campo Grande e João Pessoa), dois do Podemos (Palmas e Porto Velho), um do Avante (Manaus) e um do Republicanos (Vitória).
Já o PL, antes identificado com o centrão, mas hoje mais ligado à extrema direita bolsonarista, governará quatro capitais: Aracaju, Cuiabá, Maceió e Rio Branco. A esquerda, por sua vez, ficou com apenas duas: Fortaleza e Recife.
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