A assembleia plenária da COP29, em Baku, no Azerbaijão, aprovou neste sábado (23) as normas para a instituição de um mercado internacional de créditos de carbono, mecanismo previsto no Acordo de Paris de 2015.
Esse era o segundo principal tema na pauta da cúpula climática, atrás apenas do fundo para auxiliar países em desenvolvimento contra o aquecimento do planeta, cujas negociações seguem travadas devido às divergências entre o Norte e o Sul globais.
Segundo Jacopo Bencini, pesquisador do Instituto Universitário Europeu, a decisão da COP29 institui um "registro internacional de créditos de carbono" administrado pela Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC) e "as metodologias para dizer quando esse crédito é de qualidade".
"Um Estado pode comprar um projeto de descarbonização de outro país, e o corte das emissões resultante desse projeto seria contabilizado a favor do Estado comprador", explicou o especialista à ANSA.
O mecanismo, no entanto, é visto com desconfiança por muitos ambientalistas que acreditam que ele pode se tornar uma desculpa para países poluidores não reduzirem as próprias emissões de gases-estufa mais rapidamente. Por outro lado, defensores desse mercado avaliam que o comércio de créditos de carbono pode ajudar o desenvolvimento de países pobres.
Empresas já compram créditos de carbono em outras nações, mas essas transações não contribuem para as metas nacionais de redução de emissões. A presidência da COP29 estima que esse mercado pode reduzir o custo de implementação dos objetivos de descarbonização de cada país em até US$ 250 bilhões por ano.
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