A Justiça da Argentina determinou nesta quinta-feira (28) a libertação de Leonardo Bertulazzi, ex-integrante do grupo terrorista de extrema esquerda Brigadas Vermelhas.
A decisão foi tomada pela Câmara Federal de Cassação e alega que a revogação do status de refugiado decretada pelo governo do presidente Javier Milei ainda não estava valendo no momento da prisão, em 29 de agosto.
Além disso, o tribunal apontou elementos de "arbitrariedade" e considerações "dogmáticas" nas sentenças de primeiro e segundo graus que haviam rejeitado a soltura de Bertulazzi.
A Câmara de Cassação também considerou que, no momento da prisão, o italiano "vivia com a mulher havia mais de 20 anos no mesmo domicílio do qual é proprietário". Ele era considerado refugiado na Argentina desde 2004, até ter a condição revogada por Milei.
Um ano antes, Bertulazzi chegou a ser preso em Buenos Aires, mas acabou solto porque a Argentina não reconhece processos em contumácia - ele foi condenado na Itália a 27 anos de prisão pelo sequestro do engenheiro naval Pietro Costa, em 12 de janeiro de 1977.
O crime teve como objetivo obter dinheiro para financiar ações subversivas das Brigadas Vermelhas, como a compra do apartamento onde o ex-premiê Aldo Moro, raptado e morto pelo grupo, seria mantido em cativeiro em 1978.
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