O líder do grupo xiita Hezbollah, Naim Qassem, reivindicou nesta sexta-feira (29) a vitória na atual "batalha contra Israel", enfatizando que esta é maior do que a registrada em 2006, e prometeu apoiar o acordo de cessar-fogo.
A declaração foi dada durante o seu primeiro discurso desde que a trégua entre as partes entrou em vigor há dois dias, apesar de ambos os lados trocarem acusações de violações.
Qassem disse ainda que a visão do "Partido de Deus" para o Exército libanês é a de um Exército nacional implantado em todos os cantos do país, com o qual o grupo armado coordena a alto nível a implementação dos termos do acordo de cessar-fogo com Israel.
"Seguiremos com o nosso povo o processo de reconstrução das infraestruturas públicas e privadas nas áreas afetadas por Israel. E sobre isso vamos coordenar com o Estado Libanês", acrescentou ele, em referência à devastação generalizada que caracterizou grandes áreas do Líbano.
Além disso, Qassem garantiu que o Hezbollah pretende comprometer-se com o fortalecimento do sistema de instituições libanesas, de acordo com a constituição da pátria, e por esta razão tratará em conjunto com as demais forças nacionais para a eleição do presidente da República - o cargo está vago há mais de dois anos.
Antes do pronunciamento, o Ministério da Informação libanês acusou as forças de ocupação israelenses de aproveitarem o cessar-fogo com o Hezbollah para avançar em alguns locais do sul do Líbano próximos à linha de demarcação entre os dois países.
Segundo o governo de Beirute, os tanques israelenses estavam em algumas posições na área de Markaba e Kafr Kila, onde não conseguiram penetrar durante a ofensiva militar terrestre que começou em 1º de outubro e durou até 27 de novembro.
Por outro lado, o Exército israelense anunciou que identificou "atividades terroristas e movimentos de um lançador de foguetes portátil do Hezbollah no sul do Líbano" e que "frustrou a ameaça" com um ataque aéreo.
"As FDI estão posicionadas no sul do Líbano e aplicarão ativamente as violações do acordo de cessar-fogo", acrescenta as Forças de Defesa de Israel no Telegram.
Nesta semana, Israel e o Hezbollah chegaram a um acordo de cessar-fogo de 60 dias, em uma medida que muitos esperam que possa abrir caminho para uma trégua com o Hamas na Faixa de Gaza.
O acordo prevê que Israel retire gradualmente suas forças do sul do Líbano, espaço que será ocupado pelo Exército do país árabe com cerca de 5 mil soldados.
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