O presidente da Stellantis, John Elkann, conversou por telefone nesta segunda-feira (2) com o ministro das Empresas da Itália, Adolfo Urso, após a renúncia do CEO do grupo automotivo, Carlos Tavares.
Criticado pelo governo italiano, o executivo português deixaria o cargo no começo de 2026, mas decidiu antecipar a saída, que foi anunciada de forma repentina no último domingo (1º).
Segundo fontes do Ministério das Empresas, Urso e Elkann decidiram manter a reunião marcada para 17 de dezembro, em Roma, para discutir os planos da Stellantis para a Itália. O encontro terá a presença de Jean-Philippe Imparato, responsável do grupo para a Europa.
A saída repentina de Tavares repercutiu na Bolsa de Valores de Milão, onde as ações da Stellantis registraram desvalorização de 6,3% no pregão desta segunda-feira. Além disso, a oposição pede a presença de Elkann no Parlamento para dar explicações sobre a situação da empresa.
Políticos e sindicatos acusam a companhia automotiva de diminuir investimentos na Itália, berço da Fiat, uma das principais marcas do grupo, para priorizar aportes em outros países.
Em março passado, Tavares disse durante uma visita ao Brasil que a Stellantis estava comprometida a elevar a produção na Itália para 1 milhão de veículos por ano, mas cobrou subsídios do governo para incentivar a compra de carros elétricos.
De acordo com informações de bastidores, o executivo deve receber uma indenização de 100 milhões de euros (R$ 640 milhões) por antecipar sua saída, valor não confirmado pela companhia.
O substituto de Tavares deve ser escolhido no primeiro semestre de 2025. Enquanto isso, será instituído um comitê executivo chefiado por Elkann para liderar o empresa.
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS © Copyright ANSA