A União Europeia fez um apelo nesta segunda-feira (9) pela proteção dos civis, diplomatas e das minorias no território sírio, após rebeldes tomarem o poder ao derrubar o regime do ditador Bashar al-Assad após 24 anos de governo.
"A queda do regime criminoso de Assad marca um momento histórico para o povo sírio. Pedimos a todos os protagonistas para evitarem mais violência, garantindo a proteção dos civis e respeitando o direito internacional, incluindo o humanitário", declarou a alta representante para a Política Externa da UE, Kaja Kallas, em nome dos 27 países do bloco.
A chefe da diplomacia da UE também apelou "particularmente pela proteção dos membros de todas as minorias, incluindo os cristãos e outras denominações não maioritárias, bem como a garantia da segurança dos cidadãos estrangeiros e do respeito pelas representações diplomáticas em Damasco".
"Nossos pensamentos vão para todas as vítimas do regime de Assad e para as vítimas do conflito sírio. Todos os sírios devem ter a oportunidade de saber a verdade sobre o destino de seus entes queridos", acrescentou ela.
De acordo com Kallas, a UE está ao lado de todos os sírios, tanto no país como na diáspora, que estão cheios de esperança, mas também daqueles que temem um futuro incerto.
Para o bloco, "todos devem ter a oportunidade de reunificar, estabilizar e reconstruir o seu país, restaurar a justiça e garantir a responsabilidade".
"É essencial preservar a integridade territorial da Síria e respeitar a sua independência, a sua soberania e as instituições do Estado, bem como rejeitar todas as formas de extremismo", acrescentou Kallas, enfatizando também a importância de proteger o "patrimônio cultural da Síria".
Segundo a representante do bloco, "agora, mais do que nunca, é imperativo que todas as partes interessadas se envolvam em um diálogo inclusivo, liderado pela Síria sobre todas as questões-chave para garantir uma transição ordenada, pacífica e inclusiva, no espírito da Resolução 2254 da ONU".
Por fim, reforça que "a União Europeia apoia o povo sírio e permanece em contato estreito com os parceiros da região e com os principais parceiros internacionais".
No último domingo (8), rebeldes liderados pelo grupo islamita Hayat Tahrir al-Sham (HTS), ou Organização para a Libertação do Levante, antigo braço da Al Qaeda na Síria, anunciaram ter derrubado o governo de Assad, que recebeu asilo político junto com sua família na Rússia.
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