O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse nesta quarta-feira (15) que o acordo para um cessar-fogo entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza foi um dos mais difíceis da carreira dele e admitiu que o governo trabalhou em conjunto com a equipe do mandatário eleito Donald Trump.
A cinco dias de deixar a Casa Branca, o democrata discursou ao lado da vice-presidente Kamala Harris, derrotada nas eleições de 2024, e do secretário de Estado, Antony Blinken.
"Eu trabalho com política externa há décadas, e essa é uma das negociações mais duras que já presenciei", declarou Biden, que citou como fator crucial para o acordo a "pressão" sobre o Hamas, que perdeu as principais lideranças na guerra e viu o "enfraquecimento" de um aliado fundamental, o grupo xiita libanês Hezbollah.
"Esses acontecimentos na região, moldados pelos Estados Unidos, mudaram a equação, e agora a rede de terror que protegia e apoiava o Hamas está muito mais fraca. O Irã está mais fraco do que jamais esteve em décadas", acrescentou.
Segundo Biden, o grupo palestino "não tem mais a quem recorrer" e "finalmente concordou em libertar" os reféns israelenses sequestrados em 7 de outubro de 2023, nos atentados que deflagraram a guerra em Gaza.
"Estou profundamente satisfeito que esse dia tenha chegado, pelo bem do povo de Israel e das famílias que esperam em agonia e pelo bem das pessoas inocentes em Gaza, que sofreram uma devastação inimaginável por causa da guerra. O povo palestino passou pelo inferno", salientou o presidente.
Durante o discurso, Biden admitiu que o acordo foi "desenvolvido e negociado" em seu governo, porém destacou que os termos de implementação se devem "em grande parte" à equipe de Trump, que tomará posse em 20 de janeiro e foi o primeiro a anunciar o pacto de forma oficial.
"Eu disse para meu time se coordenar de perto com o futuro governo para assegurar que todos falássemos com a mesma voz. Isso é o que presidentes americanos fazem", afirmou.
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