A Guarda de Finanças da Itália (GdF) desmantelou nesta segunda-feira (31) um esquema de fraudes que desviou cerca de 440 milhões de euros (cerca de R$ 2,6 bilhões) que deveriam ter ido para empresários e comerciantes que estavam em dificuldades por conta da pandemia de Covid-19 - mas o valor acabou nas mãos de, ao menos, 78 criminosos.
Nesta segunda, oito pessoas foram levadas para presídios, quatro foram detidas em prisão domiciliar e 35 foram alvo de medidas cautelares judiciais. Outras 31 respondem em liberdade. A investigação começou em Rimini, mas foi desdobrada por cidades de outras 11 regiões italianas.
"O início do coronavírus nos trouxe muitas coisas boas", dizia um dos homens investigados, segundo revelaram as interceptações.
"Não sei mais onde abrir contas correntes [em bancos] no mundo", disse outro ao acumular o dinheiro indevido. Os dois, que não tiveram a identidade revelada, foram apontados como os principais líderes do grupo.
O esquema consistia na fraude de créditos e bônus fiscais e envolvia profissionais autônomos, empresários e comerciantes, além de cerca de 100 empresas criadas para receber os benefícios do governo. Alguns dos acusados, inclusive, chegaram a pedir a renda de cidadania, que é dada para pessoas de famílias pobres.
Esses créditos foram uma forma do Estado italiano conceder de maneira mais rápida e direta ajuda a milhares de profissionais e donos de empresas durante os piores momentos da pandemia, com o lockdown de inúmeras atividades.
Os bônus ainda estão sendo dados para ajudar na recuperação das empresas e os valores se baseiam em diversos critérios técnicos, mas os membros do grupo não se encaixavam nas regras criadas pelo governo.
Entre alguns dos créditos indevidos, estavam auxílios para pagamento de aluguel e de reestruturação para melhorias em eficiência energética.
Ainda conforme a GdF, 20 empresários tiveram a interdição de seus negócios e outros três foram impedidos de exercerem suas profissões. Conforme os investigadores, a maior parte do dinheiro fraudado foi investido em metais preciosos e em criptomoedas, mas parte dele foi recuperado em espécie.
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