Mais de 10 mil cidades da Itália, incluindo Roma, Milão e Turim, apagou as luzes de alguns de seus monumentos mais emblemáticos em protesto contra o aumento dos preços da energia elétrica.
A iniciativa, organizada pela Associação de Municípios Italianos (ANCI), teve início às 20h (horário local) para demonstrar a insatisfação da população e conscientizar o governo sobre os efeitos que as contas caras terão em breve nos orçamentos das administrações.
"As respostas do governo aos nossos pedidos não são suficientes. É por isso que muitos municípios do país vão simbolicamente desligar a iluminação de um edifício representativo ou um lugar significativo para a comunidade", anunciou o presidente da ANCI, Antonio Decaro.
As sedes das câmaras municipais de Roma, Campidoglio e Florença, Palazzo Vecchio, assim como o Castello Sforzesco em Milão e a Mole Antonelliana em Turim foram apagados na mobilização.
O Palazzo Lombardia e o Palazzo Pirelli também ficaram no escuro, segundo anúncio feito pelo governador da região da Lombardia, Attilio Fontana.
Na nota, ele explica que a decisão é "um gesto simbólico para se juntar à iniciativa de muitos prefeitos italianos que decidiram apagar as luzes de alguns lugares simbólicos de suas cidades como sinal de protesto à 'conta cara'".
De acordo com uma estimativa feita pela Lombardia, a "conta alta" - apenas para o sistema público de saúde - resultará num aumento de custos superior a 140 milhões de euros em 2022, cerca de 45% mais do que no ano passado.
"Fomos os primeiros e já há algum tempo a exortar a Europa e o nosso governo a tomarem medidas fortes e decisivas para combater esta emergência", afirma Fontana.
Às 19h, as luzes do Maschio Angioino em Nápoles se apagaram por meia hora. O prefeito Gaetano Manfredi também participou do fechamento do castelo, um dos principais símbolos da capital da Campânia.
''Há um aumento do custo da energia principalmente para a iluminação pública. Este é um fardo que já sentimos para 2021 e estamos muito preocupados com 2022 porque haverá um aumento significativo do custo, por esta razão a Anci pediu ao governo uma intervenção extraordinária de apoio aos municípios, caso contrário os custos adicionais recairão ainda mais sobre os ombros dos cidadãos'', enfatizou Manfredi.
O prefeito de Pisa, Michele Conti, também se une ao protesto escurecendo o Palazzo Gambacorti e o Logge di Banchi. "Unimos esforços para enviar uma mensagem que deve chegar ao Governo para que encontre rapidamente soluções concretas para evitar que os aumentos prejudiquem a recuperação econômica e o consumo do nosso país", disse.
Na capital da Itália, o prefeito Roberto Gualtieri apagará as luzes do Campidoglio, sede do Município de Roma. "O aumento das contas pesa e coloca famílias e instituições em séria dificuldade, de pequenos a grandes municípios, principalmente neste momento que já nos vê em dificuldade por conta da pandemia. É um problema que deve ser enfrentado e tenho certeza que o governo vai ouvir o grito de alarme dos cidadãos e dos prefeitos", disse ele.
Em Florença , o prefeito Dario Nardella desligou a luz do Palazzo Vecchio. "É um gesto marcante. Para a Câmara Municipal de Florença, estimamos um déficit de mais de 10 milhões de euros, é todo dinheiro que se faltar corre o risco de obrigar a prefeitura a cortar o serviços", acrescentou.
Segundo a ANCI, o preço da eletricidade nos primeiros três meses do ano já registou um aumento de 55% e o do gás cresceu 41,8%, já criando problemas para as famílias, empresas e administrações locais.
Na última quarta, o Governo italiano anunciou que está preparando um novo pacote de ajudas que servirá para mitigar o impacto do aumento dos preços da energia nas contas. (ANSA)
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS © Copyright ANSA