A polícia espanhola prendeu o paquistanês Nomanhulaq Nomanhulaq, 35 anos, em um apartamento de Barcelona nesta segunda-feira (14). O suspeito é acusado de ser um dos cúmplices do assassinato da jovem Saman Abbas, 18, em Novellara, na Itália, no ano passado.
O homem foi preso sob ordens da Procuradoria de Reggio Emilia por meio de uma parceria internacional. Antes de Nomanhulaq, haviam sido detidos na França o tio da jovem, Danish Hasnain, e um outro primo, Ikram Ijaz. Assim como os parentes, também o suspeito preso hoje deve ser extraditado para a Itália em breve.
Segundo as autoridades italianas, Nomanhulaq fugiu para a Espanha em 10 de maio com Hasnain e Ijaz.
Com eles também estava o irmão mais novo de Saman, que foi bloqueado na fronteira entre Itália e França e encaminhado para um centro de acolhimento. O depoimento do adolescente foi fundamental para os investigadores entenderem a dinâmica do crime e os envolvidos, já que até hoje o corpo da jovem não foi encontrado.
Ainda conforme os investigadores, ao prenderem Hasnain, foi encontrado um número de telefone com prefixo espanhol e foi solicitada uma interceptação para as autoridades espanholas. Com o monitoramento, foi possível localizar a residência de Nomanhulaq na área periférica de Barcelona.
Continuam foragidos os pais de Saman, Shabbar e Nazia Shaheen, que fugiram para o Paquistão um dia após o crime. Ambos estão na lista de procurados pela Interpol e a Itália já fez um pedido formal de extradição ao governo paquistanês.
De acordo com as informações obtidas até o momento, Saman foi assassinada por não querer fazer um casamento arranjado. A menina havia denunciado a família em outubro de 2020 e chegou a ir para um centro de acolhimento, mas mensagens enviadas pela mãe, dizendo que os familiares desistiram do matrimônio, fizeram com que ela retornasse para casa no dia 31 de abril de 2021.
O dia foi o último em que Saman foi vista com vida. Entre a noite do dia 31 e a madrugada do dia 1º de junho, câmeras de segurança próximas à residência da família mostraram Hasnain, Nomanhulaq e Ijaz com um grande saco de lixo nas costas, além de pás.
A reconstituição feita com base nos depoimentos e nas imagens indica que o tio da jovem foi o responsável pelo estrangulamento que matou a jovem e os demais foram cúmplices do ato e ajudaram a ocultar o cadáver. Em depoimento, porém, Hasnain negou o assassinato.
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