A promotoria de Gênova pediu o indiciamento de todos as 59 pessoas denunciadas pelo desabamento da Ponte Morandi, cuja queda em 14 de agosto de 2018 deixou 43 mortos.
A solicitação foi feita pelos promotores Massimo Terrile e Walter Cotugno, no final da audiência preliminar, nesta quarta-feira (16).
A expectativa é de que na próxima sessão marcada para esta quinta-feira (17) a defesa se pronuncie e, somente depois, a Juíza de Audiência Preliminares (GUP), Paola Faggioni, decidirá se aceita ou não os pedidos dos promotores.
Terrile e Cotugno pediram o indiciamento dos ex-dirigentes da empresa Autostrade per I'Italia (Aspi), que detinha a concessão da via e era controlada pela família Benetton, mas foi reestatizada pelo governo italiano por causa da tragédia.
A lista inclui o ex-CEO da Aspi Giovanni Castellucci e o ex-diretor de manutenções Michele Donferri Mitelli, além das duas empresas Aspi e Spea, empresa contratada para fazer a manutenção da ponte.
O Ministério Público culpa essas 59 pessoas por crimes como múltiplo homicídio culposo (quando não há intenção de cometer o delito), homicídio rodoviário, atentado à segurança dos transportes, desabamento doloso (quando há intenção de cometer o delito), omissão e falsificação.
Uma perícia judicial divulgada em dezembro de 2020 concluiu que o desabamento foi provocado pela corrosão em um dos cabos de sustentação da ponte. O relatório ainda aponta que o desastre poderia ter sido evitado se "os controles e manutenções tivessem sido feitos corretamente".
De acordo com a acusação, o viaduto desabou por falta de manutenção, adiada ao longo dos anos, e todos sabiam que haviam problemas, mas ninguém fez nada.
Os promotores também pediram a liberação dos achados ainda guardados nos depósitos para permitir que a Prefeitura continue com as obras do Parco della Memoria, local projetado pelo arquiteto Stefano Boeri, para lembrar as vítimas. No entanto, os acusados se opuseram a esse pedido.
A Ponte Morandi, em Gênova, desabou no dia 14 de agosto de 2018, às 11h36 (horário local), e provocou a morte de 43 pessoas. A substituta da estrutura foi inaugurada em agosto de 2020, com projeto do premiado arquiteto Renzo Piano, ao custo de 200 milhões de euros, valor bancado por um consórcio público-privado. (ANSA)
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