O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o primeiro-ministro da Itália, Mario Draghi, debateram a crise entre Ucrânia e Rússia no fim da noite desta quinta-feira (17), informam os governos.
Segundo nota oficial de Washington, os dois reafirmaram "os esforços diplomáticos e de dissuasão em andamento em resposta ao contínuo aumento militar da Rússia nas fronteiras da Ucrânia", bem como "seu compromisso com a soberania e a integridade territorial" dos ucranianos.
Os dois líderes ainda concordaram que, em caso de agressão russa, as sanções devem impor "severos custos econômicos" a Moscou.
O telefonema ocorre no mesmo dia em que Draghi confirmou que está fazendo os ajustes para uma viagem de Estado à Rússia, onde deve se reunir com o presidente Vladimir Putin, após convite formal do Kremlin.
Além da conversa por telefone com o chefe de governo italiano, Biden também anunciou que terá um encontro virtual sobre o tema nesta sexta-feira (18) com líderes da Itália, Canadá, França, Alemanha, Polônia, Romênia, Reino Unido, União Europeia e Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Já o secretário norte-americano de Estado, Antony Blinken, se reunirá mais uma vez com o ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, "no fim da próxima semana" a menos "que haja uma invasão da Ucrânia".
A informação foi confirmada pelo porta-voz da pasta, Ned Price, que ressaltou que, em caso de ataque, "os russos deixarão claro que nunca foram sérios na diplomacia".
Outro encontro agendado para a próxima semana, na quinta-feira (24), é um cúpula virtual dos líderes dos países do G7, confirmou o governo alemão. A reunião será dedicada "à situação nas fronteiras russo-ucranianas". Já os ministros das Relações Exteriores do grupo se reunirão neste sábado (19).
Papa Francisco
Quem também voltou a se manifestar sobre a crise ucraniana nesta sexta-feira foi o papa Francisco, que afirmou, em um encontro com as igrejas orientais, que as guerras "são inúteis massacres" para a humanidade, relembrando palavras de Bento XVI.
"Nós esperamos que não seja necessário repetir palavras similares no terceiro milênio. Mas, a humanidade parece ainda navegar pelas trevas: nós vimos os massacres nos conflitos do Oriente Médio, na Síria e no Iraque; aqueles da região etíope de Tigray; e os ventos das ameaças ainda sopram nas estepes da Europa oriental, acendendo os fusíveis e o fogo das armas e deixando gelados os corações dos pobres e dos inocentes, porque esses não importam para eles", disse em crítica às autoridades globais.
"O mundo é campeão em fazer guerras e isso é uma vergonha para todos. Estamos presos às guerras e isso é trágico. Nesse momento, há tantas guerras por todos os luares e o apelo à paz e aos homens e mulheres de boa vontade não é escutado", pontuou.
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