Os partidos italianos foram unânimes em condenar o ataque da Rússia à Ucrânia, iniciado na madrugada deste quinta-feira (24) após meses de tensão elevada no campo diplomático, e deram "pleno mandato" ao premiê Mario Draghi para coordenar a resposta italiana à crise.
O líder do partido populista Movimento 5 Estrelas (M5S) e ex-premiê, Giuseppe Conte, afirmou que o ataque é "injustificado" e que pede "uma resposta coesa e única da UE".
"Nós estamos na primeira linha, como partido de maioria relativa e tendo o ministro das Relações Exteriores como membro do M5S. Estamos seguramente empenhados para dar nossa contribuição a uma crise, a um conflito bélico de todas as formas e que esperamos que acabe o mais rápido possível", ressaltou Conte.
O secretário-geral do Partido Democrático, de centro-esquerda, Enrico Letta, usou as redes sociais para dizer que a Itália "deve condenar sem ambiguidades o ataque à Ucrânia e, com os aliados, reagir a esse desafio sem precedentes aos princípios de liberdade e democracia da Europa".
Letta ainda convocou um ato pacífico para esta quinta-feira em frente à embaixada russa em Roma para "exprimir nossa firma condenação da invasão".
Antonio Tajani, coordenador nacional do Força Itália, partido conservador de Silvio Berlusconi, condenou "firmemente a agressão militar" ocorrida na madrugada e disse "assistir ao que está acontecendo com grande preocupação". "Apoiamos a unidade do Ocidente a essa enésima violação da Carta das Nações Unidas", pontuou ainda.
O ex-premiê da Itália Silvio Berlusconi, por sua vez, afirmou que o uso da violência nunca é solução.“Firme condenação e preocupação com o uso da violência, que nunca é solução”, disse Berlusconi, segundo fontes ouvidas pela ANSA.
“Coloco minhas relações e as relações internacionais a serviço da paz para salvar vidas e impedir a destruição na Ucrânia, mas também para defender a Europa e os cidadãos europeus das possíveis consequências econômicas do conflito”, acrescentou ele aos expoentes italianos que o contataram por telefone.
O líder da sigla ultranacionalista Liga, Matteo Salvini, disse que seu partido condena "toda a agressão militar e deseja a paralisação imediata da violência". "Apoiamos Draghi para uma resposta comum dos aliados", acrescentou ressaltando que "todos devem estar unidos nesse momento" e evitar brigas políticas internas.
O ex-premiê e presidente do centrista Itália Viva, Matteo Renzi, também chamou de "inaceitável" o ataque russo. "Envio um pensamento às vítimas dessa guerra absurda e às famílias que estão chorando por seus mortos. A Itália estará como sempre ao lado da Europa e dos Estados Unidos em nome da liberdade e dos valores", escreveu o político nas redes sociais.
Principal partido de oposição a Draghi, a legenda de extrema-direita Irmãos da Itália (FdI) também se uniu à base governista para condenar o ataque contra os ucranianos.
"Inaceitável o ataque bélico de larga escala da Rússia de Putin contra a Ucrânia. A Europa volta para um passado que esperávamos não reviver mais. É um tempo de escolhas em campo e o Ocidente e a comunidade internacional precisam estar unidos para colocar em campo qualquer medida útil para apoiar Kiev e o respeito ao direito internacional", disse a líder da sigla, Giorgia Meloni.
A representante política ainda afirmou que enviou uma mensagem para Draghi confirmando o apoio do FdI "para garantir a máxima colaboração em um momento assim difícil".
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