O governo da Itália afirmou nesta terça-feira (8) que planeja se tornar independente do gás russo em um prazo de 24 a 30 meses.
Em entrevista à emissora Rai, o ministro italiano da Transição Ecológica, Roberto Cingolani, disse que o país importa da Rússia cerca de 29 bilhões de metros cúbicos de gás por ano, o que corresponde a pouco mais de 40% do consumo nacional.
"Esses [29 bilhões] precisam ser substituídos. Fizemos uma operação extremamente antecipada e rápida e, até o fim primavera [no Hemisfério Norte], cerca de 15 ou 16 bilhões de metros cúbicos serão compensados por outros fornecedores", declarou Cingolani.
Nos últimos dias, membros do governo italiano tiveram reuniões com representantes de outros países produtores de gás, como Argélia e Catar, para tentar reduzir sua dependência da Rússia, maior exportadora dessa commodity no mundo.
"Razoavelmente, entre 24 e 30 meses devemos nos permitir ser completamente independentes [do gás russo]", garantiu o ministro da Transição Ecológica.
Cingolani também minimizou a ameaça da Rússia de interromper o abastecimento de gás natural para a Europa. "Se, por algum motivo, a Rússia interromper o fornecimento, as nossas reservas atuais e o plano de emergência nos dariam tempo suficiente para chegar à estação boa [depois do inverno]", disse.
Estados Unidos e Reino Unido já anunciaram que vão zerar suas importações de produtos energéticos da Rússia, mas a União Europeia, que é mais dependente, não se juntou ao embargo.
A disparada nos preços de energia e combustíveis em função da guerra na Ucrânia já paralisou as atividades de barcos pesqueiros movidos a diesel na Itália e também está afetando fábricas de papel. "Resistimos, até produzindo com perdas, porém cada vez mais fábricas de papel estão parando ou diminuindo as operações", alertou o presidente da federação do setor, Lorenzo Poli.
Enquanto isso, o poder Executivo da União Europeia apresentou uma proposta para permitir a compra e estocagem conjunta de gás, assumindo para si a tarefa de negociar com os principais produtores, mas o projeto ainda precisa do aval das outras instituições do bloco. (ANSA)
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