O presidente da Rússia, Vladimir Putin, elogiou um mural pintado em Nápoles, no sul da Itália, para homenagear o escritor Fiódor Dostoiévski (1821-1881).
A obra é de autoria do artista Jorit e representa um protesto contra as tentativas de "cancelamento" de símbolos da cultura russa na esteira da invasão à Ucrânia.
"Acho que muitos viram que um artista de rua de Nápoles pintou recentemente o retrato do escritor russo Fiódor Dostoiévski, agora cancelado no Ocidente, na fachada de um prédio", disse Putin durante uma cerimônia de premiação cultural na Rússia.
"A verdade seguramente vai seguir seu caminho, através da simpatia recíproca entre os povos e através de uma cultura que conecta e une todos nós", acrescentou.
A polêmica em torno de Dostoiévski na Itália surgiu logo após o início da invasão russa na Ucrânia, quando a Universidade de Milão-Bicocca anunciou o cancelamento de um curso sobre o autor de "Crime e Castigo".
No entanto, a medida provocou fortes reações negativas, inclusive em membros do governo, e a instituição de ensino acabou voltando atrás. Em um texto publicado no Instagram, Jorit comentou as declarações de Putin e disse ter feito "mais" pela paz do que o governo italiano.
"Se Putin 'se abre' ao Ocidente com um simples mural, o que faria no caso de propostas sérias de cessar-fogo? Será que, no fundo, no fundo, essa guerra não é cômoda para nossos líderes?", questionou.
Ao apresentar o mural, em 16 de março, o artista havia dito que o objetivo era "passar uma mensagem de que só com a cultura é possível compreender as causas das guerras e construir a paz". (ANSA)
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