A poeta naturalizada italiana Edith Bruck, sobrevivente do campo de extermínio nazista de Auschwitz, acusou a Rússia de cometer uma "barbárie" na Ucrânia.
Em entrevista à revista católica Famiglia Cristiana, a escritora afirmou que o homem "repete os mesmos erros" do passado.
"Ver isso na minha tenra idade de 90 anos é uma coisa desoladora. Aquilo que acontece na Ucrânia é mais que uma guerra, é uma barbárie. Assistimos à invasão dos bárbaros, que assassinam todos que passam sem se preocupar com a violência contra mulheres, crianças e idosos", disse Bruck.
Segundo a poeta, os acontecimentos na Ucrânia mostram que a humanidade está "voltando atrás na história". "Uma vez contei que, no campo de concentração, vi gente jogando futebol com a cabeça de um menino, mas era algo tão inacreditável que as pessoas davam risada. Mas coisas do tipo acontecem ainda hoje", declarou.
Nascida Edith Steinschreiber, em 3 de maio de 1932, Bruck é a mais nova de seis filhos de uma família judaica que vivia em um vilarejo húngaro na fronteira com a Eslováquia.
Vítima de discriminação durante toda a infância, ela foi deportada para o campo de extermínio de Auschwitz em 1944 e também passou por Kaufering, Landsberg, Dachau, Christianstadt e Bergen-Belsen, onde seria libertada com uma irmã em abril de 1945.
Após a guerra, a poeta chegou a viver durante oito anos em Israel, mas, em 1954, mudou-se para Roma, onde reside até hoje.
Um dos motivos alegados pela Rússia para invadir a Ucrânia foi a suposta presença de grupos neonazistas nas Forças Armadas do país. (ANSA)
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS © Copyright ANSA