O primeiro-ministro da Itália, Mario Draghi, recebeu seu homólogo japonês, Fumio Kishida, em Roma, nesta quarta-feira (4) e agradeceu o envio de gás natural para o país como forma de diminuir a dependência da Rússia em meio à guerra com a Ucrânia.
"Os nossos países são aliados também na gestão das emergências ligadas à guerra, primeira de todas, a questão energética. Agradeço ao Japão por ter aceitado com extraordinária rapidez que carregamentos de gás natural liquefeito já pré-contratados por países terceiros fossem redirecionados para a Europa", disse Draghi em coletiva.
Assim que a guerra eclodiu, ainda em fevereiro deste ano, o governo japonês foi um dos primeiros parceiros internacionais que começou a enviar gás para os países da União Europeia, em contratos que devem ser ampliados.
Ainda durante o encontro, o premiê italiano falou sobre o novo lançamento de um míssil feito pela Coreia do Norte nesta quarta-feira e disse que "todos devem continuar unidos e resolutos na defesa da ordem internacional baseada em regras" e que está "preocupado" com a segurança da região.
A visita à Itália ocorreu no mesmo dia em que a Rússia anunciou a proibição de entrada no país de Kishida e de outros 62 cidadãos japoneses, conforme informaram as agências Tass e Interfax. Entre os demais punidos pelas sanções, que são uma resposta a uma decisão semelhante de Tóquio, estão ainda o chanceler Yoshimasa Hayashi e o ministro da Defesa, Nobuo Kishi.
Encontro com Papa
Antes de se reunir com Draghi, Kishida foi ao encontro do papa Francisco no Vaticano, em conversa que durou cerca de 25 minutos.
Segundo o diretor da sala de imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni, entre os temas debatidos estavam problemas globais bem como houve "um debate sobre as armas nucleares e de que como não é concebível o uso e a posse" desse tipo de armamento nos dias atuais.
O tema sempre é lembrado por Francisco quando menciona o Japão, alvo de duas bombas nucleares durante a Segunda Guerra Mundial.
Durante sua visita ao memorial da paz de Hiroshima, em 2019, o líder católico lembrava do "crime" que é usar a energia atômica para criar armamentos.
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