O embaixador da Itália na Ucrânia, Pier Francesco Zazo, disse neste sábado (7) que o governo italiano "tem o dever de acreditar em uma solução diplomática" na Ucrânia.
"No momento, ainda estamos no meio do conflito, mas janelas de oportunidade podem se abrir e devemos aproveitá-las, dando nossa contribuição para tentar reiniciar este processo de negociação para primeiro chegar a um cessar-fogo e, possivelmente, a um acordo de paz", disse o diplomata em entrevista à ANSA.
De acordo com Zazo, "a Itália é um dos países que se dispõe a atuar como fiador caso se chegue a um acordo" de cessar-fogo na guerra iniciada pela Rússia em 24 de fevereiro.
Falando sobre a decisão da Rússia de recuar da ideia de organizar uma parada militar na cidade ucraniana de Mariupol no próximo dia 9 de maio, aniversário da rendição nazista para as tropas soviéticas na Segunda Guerra Mundial, o embaixador italiano enfatizou que "é difícil prever o que acontecerá" na data.
"Do lado ucraniano há, além de um alerta constante à população, a expectativa de entender qual será o próximo passo de [Vladimir] Putin", afirmou ele, ressaltando que "no final quem decide tudo é sempre e somente o presidente russo". "Depende dele".
Para Zazo, os cenários são variados e pode ser que aconteça uma "mobilização geral ou a continuação da atividade militar em um conflito menos intenso que está destinado a continuar".
O embaixador ainda defendeu à ANSA que "a Itália, sendo a terceira economia europeia e a segunda indústria transformadora, com um sistema econômico em certo sentido complementar ao ucraniano, poderá desempenhar um papel muito importante nos esforços de reconstrução do país", apesar de ainda estarmos na fase da guerra.
Por fim, Zazo explicou que o governo italiano apoia as aspirações europeias da Ucrânia, país que quer ter o estatuto de nação candidata reconhecida, o que não significa entrar imediatamente na UE, mas dar uma perspectiva que seja importante.
"Os ucranianos enfatizam que lutam pela liberdade e pelos valores dos estados ocidentais e, portanto, acreditam que adquiriram um título de mérito. Eles sabem muito bem que não concluíram o trabalho de reforma, mas acreditam que fizeram a maior parte do trabalho", concluiu.
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