O italiano Fabio Ridolfi, 46 anos, paralisado no leito há 18 anos devido a uma tetraparesia, começou a ser submetido a uma sedação profunda, em um novo caso de suicídio assistido no país europeu.
A família Ridolfi "anuncia a morte de Fabio, 46 anos, natural de Fermignano (Pesaro-Urbino), que optou por retirar o seu consentimento à nutrição e hidratação artificiais. Nesta tarde foi iniciada a sedação profunda", informou a Associação Coscioni.
Com a ajuda da associação, Ridolfi optou por interromper tratamentos de alimentação e hidratação artificiais após obter consentimento do Comitê de Ética da região de Marcas para a realização de um suicídio assistido.
Ridolfi estava paralisado há 18 anos e só conseguia se comunicar com um ponteiro ocular. "Durante quatro meses, ele pediu ajuda médica no seu suicídio, enquadrando-se nas condições previstas pelo Tribunal Constitucional, mas uma série de atrasos e boicotes incríveis por parte do Serviço de Saúde levaram-no a optar pela sedação profunda e pela suspensão do tratamento de suporte de vida em progresso", explicou a Associação Coscioni.
A entidade enfatizou ainda que "a partir de amanhã continuará lutando para que semelhantes obstruções e violações da vontade dos doentes não se repitam". Ontem à noite (12), a cidade se reuniu na praça para uma vigília. "Queremos cumprimentá-lo e fazê-lo entender que toda cidade de Fermignano está com ele e sua família", disse o prefeito Emanuele Feduzi.
"Fabio vai ter o que queria", comentou seu irmão, Andrea, durante o evento religioso. "Não fiquem tristes, será uma libertação para ele".
A autorização é baseada em uma sentença emitida pela Corte Constitucional em 2019 e que determina que uma pessoa que ajuda outra a se suicidar não é passível de punição, desde que respeitadas algumas condições: ser mantido vivo com apoio de terapias paliativas, sofrer de patologia irreversível que provoque sofrimentos intoleráveis, ser plenamente capaz de tomar suas próprias decisões e não ter intenção de se submeter a outros tratamentos para dor.
O direito de determinar o fim da própria vida é um tema recorrente na Itália, onde as decisões políticas ainda sofrem grande influência do Vaticano. (ANSA)
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