O Tribunal de Milão suspendeu nesta quinta-feira (23) o processo por difamação movido pela ativista alemã Carola Rackete, ex-capitã de um navio de resgate de migrantes no Mediterrâneo, contra o senador de ultradireita e ex-ministro do Interior da Itália Matteo Salvini.
Após pedido da defesa do réu, a corte transferiu os autos do processo para o Senado, que deve decidir se mensagens publicadas pelo político nas redes sociais são cobertas ou não pela imunidade parlamentar.
O caso se refere a uma série de ataques de Salvini na internet após Rackete ter desafiado uma proibição do então ministro do Interior e forçado a entrada no porto de Lampedusa, ilha italiana no Mediterrâneo, de um navio com 40 migrantes a bordo, em 2019.
Na ocasião, o líder de extrema direita usou termos como "cúmplice de traficantes", "criminosa" e "delinquente" para se referir a Rackete, que comandava a embarcação Sea Watch 3, da ONG alemã Sea Watch.
A capitã chegou a ser presa e investigada na Itália por favorecimento à imigração clandestina e violência contra navio de guerra - ao entrar no porto de Lampedusa, o Sea Watch 3 se chocou contra um barco da Guarda de Finanças -, mas o caso foi arquivado no ano passado.
Por conta de sua postura, Rackete se tornou símbolo da luta contra as políticas antimigrantes de Salvini, que deixou o Ministério do Interior em 2019, após uma crise no governo do então premiê Giuseppe Conte. (ANSA)
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