No dia 1º de janeiro de 2021, a Itália somava 17.177 pessoas com mais de 100 anos no país, sendo que 1.111 tinham 105 ou mais, revelou um relatório divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística (Istat) nesta sexta-feira (24).
Conforme o documento, nos últimos 10 anos, após um crescimento constante até 2015, a quantidade daqueles que têm mais de 105 anos veio diminuindo gradativamente por uma questão estrutural.
"A entrada nessa faixa etária é menos numerosa do que as precedentes porque é constituída de pessoas que nasceram durante o período de correspondência da Primeira Guerra Mundial (1914-1918)", explica o documento que aponta que o menor valor dos últimos anos foi atingido em 2018.
Quando analisados os que têm mais de 100 anos, a curva começa a dar sinais de retomada por conta do grupo que já nasceu ao fim ou após o conflito (100 a 104 anos).
Ao todo, entre 2009 - quando os dados começaram a ser computados - e 1º de janeiro de 2021, 7.262 italianos superaram a marca de 105 anos. "O incremento nessa população é constante em todos os anos considerados. Passou-se 472 indivíduos vivos em 1º de janeiro de 2009 para 1.111 em 2021 (+135,8%) e para todos os grupos houve um aumento superior a 100%", diz ainda o documento.
Nos últimos 12 anos, também aumentou de 10 para 17 a quantidade de idosos que passaram dos 110 anos no país. Já os nomes mais frequentes nessa faixa de população é Giuseppe e Maria - ambos estão fora da lista dos nomes mais escolhidos no país desde 2011.
Os meses de nascimento mais frequentes são janeiro e outubro, e as mortes ocorrem mais em janeiro "pela época invernal" e em agosto "por conta do calor do verão".
No entanto, uma das estatísticas mais gritantes do relatório é que são as mulheres que vivem mais no país: 83% dos que passam dos 100 anos e 88,9% dos com mais de 105 anos. Todas as que têm mais de 110 anos são mulheres.
Apesar de computar os dados até o início de 2021, o Istat informa que a pessoa mais velha da Itália atualmente, neste ano, é uma mulher de 112 anos que vive na região de Marcas. O homem mais velho tem 109 e mora na Toscana.
Quando considerada a região da residência, a maior parte dos centenários vivem no norte da Itália: 567 vivem ali. Mas, apesar de ter menos quantidade, está no sul a região que tem uma maior proporção de idosos em relação a população: Molise tem 4,1 a cada 100 mil habitantes.
Já a Lombardia, que soma a maior quantidade absoluta de pessoas centenárias (161), tem uma proporção abaixo da média nacional, de 1,6 a cada 100 mil.
Mais um fato relevante do relatório é que a pandemia de Covid-19, diferentemente do que ocorreu nos idosos entre 60 e 100 anos, não teve muito impacto no índice de mortalidade dos "ultracentenários".
"Analisando a probabilidade de morte dessa subpopulação de 2009 a 2020, percebe-se como o valor relativo a 2020 está em linha com o dos anos anteriores: cerca de 66 falecimentos a cada 100 indivíduos. Provavelmente, as medidas de contenção adotadas no ano preservaram essa faixa da população das infecções", pontua o documento.
O Istat ressalta ainda que o índice também pode estar ligado ao fato que "a população com mais de 105 anos ou mais é uma população geneticamente selecionada, mais resistente". "Além disso, quase nove em cada 10 vivem 'protegidos' nas famílias, enquanto 12% vive em asilos", conclui.
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