O primeiro-ministro da Itália, Mario Draghi, afirmou nesta terça-feira (28) que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, não irá para a reunião do G20 em novembro deste ano e causou irritação no governo de Moscou - que um dia antes tinha confirmado a presença de seu líder no evento.
"Quanto à presença do presidente Putin no G20, eu também li aquela declaração. O presidente [indonésio, Joko] Widodo o excluiu, ele foi categórico, disse que não irá. O que poderá acontecer, porém, será uma intervenção remota, vamos ver", disse o italiano a jornalistas ao fim do encontro de cúpula do G7 realizado em Elmau, na Alemanha.
Draghi ainda afirmou que o mais importante no momento é que a presidência da Indonésia do grupo tenha sucesso "porque o G20 é outro importante instrumento de política internacional".
"Vamos colaborar e manter firmes os valores expressos também e novamente durante esse G7: apoio à Ucrânia, condenação da invasão russa. Esses são temas que o G7 defenderá no curso do G20 e que se espera que não seja apenas o G7 a apoiar isso, naturalmente", acrescentou Draghi.
Pouco após a manifestação do chefe do governo italiano, Moscou reagiu e voltou a reiterar que Putin foi convidado sim para o evento.
"Não é o Draghi que determina a participação [de Putin]. Provavelmente, ele esqueceu que não é mais o presidente do G20", afirmou o conselheiro da Presidência, Yury Ushakov, à agência de notícias Tass referindo-se à presidência italiana do grupo, que se encerrou em 2021.
A relação entre Draghi e Moscou se deteriorou desde o início dos ataques da Rússia na Ucrânia, em 24 de fevereiro, porque o italiano sempre foi um dos líderes na imposição de sanções contra Putin e seus assessores por conta do conflito.
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