O presidente da Itália, Sergio Mattarella, fez nesta terça-feira (5) uma visita de Estado a Moçambique por ocasião dos 30 anos do acordo de paz que encerrou a guerra civil no país africano.
O tratado foi firmado em Roma, em 1992, pela socialista Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), que governa a nação desde sua independência, em 1975, e a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo).
Mattarella foi recebido no Palácio Presidencial de Maputo pelo presidente Filipe Nyusi e presenciou a assinatura de um acordo de cooperação nas áreas de saúde, criação de emprego, agricultura, desenvolvimento urbano e meio ambiente.
A iniciativa, chamada "Plano Indicativo Plurianual", prevê 85 milhões de euros em investimentos nos próximos três anos, sendo 35 milhões de euros em doações ao país africano e 50 milhões de euros em crédito.
"Agradeço a Mattarella por sua visita, pudemos fazer um encontro profícuo nesta manhã. É uma visita histórica para nós, porque a Itália e seu povo sempre estiveram presentes, nos ajudaram a ser independentes", declarou Nyusi.
Já Mattarella disse que a parceria entre Itália e Moçambique deve servir de exemplo para as relações entre União Europeia e África e prometeu ajuda para combater a fome.
"Falamos da agressão russa [à Ucrânia], que está provocando o retorno neste milênio do fato que um país maior possa atacar um menor. A UE está pronta a ajudar os países em dificuldade pela crise alimentar", garantiu o presidente italiano.
"Moçambique e Itália são geograficamente distantes, mas o acordo de Roma nos mostra que a paz em um lugar diz respeito a todo o mundo. Não existem mais as zonas de influência das grandes potências, a pretensão de recriá-las é fora da realidade", acrescentou Mattarella.
Na quinta-feira (7), o presidente deve visitar a vizinha Zâmbia, em uma missão que também busca aumentar a cooperação no setor de gás para reduzir a dependência italiana em relação à Rússia. (ANSA)
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