Com a antecipação das eleições parlamentares na Itália para 25 de setembro, o ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi, de 85 anos, prepara sua candidatura para tentar voltar ao Senado, de onde foi cassado em novembro de 2013 por causa de uma condenação por fraude fiscal.
"Berlusconi está muito em forma, com certeza vai se candidatar ao Senado", disse na última sexta-feira (22) Antonio Tajani, coordenador nacional do partido do ex-premiê, o conservador Força Itália (FI).
"Normalmente ele se empolga em campanhas eleitorais, e essa vai ser sua nona", acrescentou Tajani, que falou com jornalistas logo após uma reunião com Berlusconi em Roma. "Acho justo que Berlusconi volte ao Parlamento, e tenho certeza que ele vai conduzir a centro-direita à vitória", disse.
As pesquisas, no entanto, apontam outra coisa: o FI aparece apenas em quinto lugar, com menos de 10% das intenções de voto, o que o torna o pilar mais frágil da coalizão conservadora com os partidos de extrema direita Irmãos da Itália (FdI) e Liga.
No entanto, de acordo com as sondagens de opinião, essas três legendas, juntas, podem conseguir maioria no Parlamento, o que daria a Berlusconi um papel importante na formação de um futuro governo.
O FdI, de Giorgia Meloni, é o líder nas pesquisas, com cerca de 23% dos votos, em situação de empate técnico com o Partido Democrático (PD), de centro-esquerda, com 20%. Já a Liga aparece em terceiro lugar, com aproximadamente 15%.
Hoje eurodeputado, Berlusconi já apresentou inclusive algumas propostas para tentar crescer nas pesquisas, como aposentadoria mínima de mil euros (R$ 5,6 mil) e o compromisso de plantar pelo menos 1 milhão de árvores por ano.
"Nosso programa vai se basear em nossa tradicional luta contra as três opressões, fiscal, burocrática e judiciária, que dará muita atenção aos mais frágeis, aos idosos, aos doentes, e também ao meio ambiente, que é um tema cada vez mais importante", disse o ex-premiê na última sexta.
Berlusconi foi senador entre março e novembro de 2013, quando teve seus direitos políticos cassados por causa de uma condenação definitiva por fraude fiscal envolvendo sua empresa de mídia, a Mediaset.
No entanto, a inelegibilidade terminou em 2018, o que permitiu que o ex-premiê se elegesse deputado do Parlamento Europeu no ano seguinte. Berlusconi ainda responde a diversos processos por suborno de testemunhas e, em um deles, o Ministério Público de Milão pediu sua condenação a seis anos de cadeia. (ANSA)
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