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Letta acusa Rússia de interferir em campanha eleitoral na Itália

Letta acusa Rússia de interferir em campanha eleitoral na Itália

Líder da esquerda alega que Moscou favorece direita na eleição

MADRID, 26 agosto 2022, 17:48

Redação ANSA

ANSACheck

Ex-premiê deu entrevista para imprensa espanhola - TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

O ex-premiê da Itália e secretário do Partido Democrático (PD), Enrico Letta, acusou a Rússia de interferir na campanha eleitoral do país para favorecer a direita no pleito do próximo dia 25 de setembro.

"Há uma forte interferência da Rússia a favor da direita, porque [o governo russo] sabe que nossa posição continuará alinhada com a posição contra [Vladimir] Putin", afirmou Letta em entrevista ao jornal espanhol El Periódico.

De acordo com as últimas pesquisas, o ultraconservador Irmãos da Itália (FdI), partido da deputada de extrema direita Giorgia Meloni, está em empate técnico com o PD, de centro-esquerda, mas sua coalizão com a Liga, de Matteo Salvini, e o Força Itália (FI), de Silvio Berlusconi, é a favorita para obter maioria no Parlamento.

No entanto, Letta defendeu que as sondagens não só dão vantagem à centro-direita, como indicam que "45% dos eleitores estão indecisos" e ressaltou que o Partido Democrático vai trabalhar nos "indecisos e abstencionistas" para "convencê-los dos riscos que correm com a direita"

Segundo o ex-premiê italiano, uma das principais "ameaças" para o país é acabar "fora do coração da Europa" e ao lado da Polônia e da Hungria", dois países "liderados hoje por governos sancionados pela UE por muitas questões de direitos fundamentais".

"De fato, é junto com esses governos que líderes políticos como Giorgia Meloni e Matteo Salvini gostariam de posicionar a Itália", adverte Letta.

O secretário do principal partido de esquerda da Itália também lembra que o líder do ultranacionalista Liga e Berlusconi são "dois amigos da Rússia".

Quanto ao programa de governo, Letta defende que a prioridade deve ser "começar o quanto antes" o plano de recuperação pós-Covid com fundos europeus, "colocar um teto no preço da energia", como já foi feito na Espanha recentemente, "combater a crise climática", reduzir as desigualdades e "reduzir fortemente os impostos sobre o trabalho".

Para o ministro das Relações Exteriores, Luigi Di Maio, a "situação econômica pode piorar" com uma possível vitória do trio formado por "Meloni, Salvini e Berlusconi, uma coalizão que está colocando a Itália em risco". (ANSA)

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