Milhares de pessoas saíram às ruas nesta quarta-feira (28) em diversas cidades da Itália para protestar em defesa do direito ao aborto, três dias após a vitória do partido de extrema direita Irmãos da Itália (FdI), de Giorgia Meloni, nas eleições parlamentares.
Carregando cartazes com frases como "O corpo é meu. A escolha é minha" e "[Aborto] Seguro para todos", uma multidão invadiu o centro de Roma, Milão, Bolonha, Cagliari, Brescia, Palermo, Catânia, Florença, Verona, Gênova, Reggio Calabria, Modena, Nápoles e Turim.
Os atos fazem parte das ações nacionais por ocasião do "Dia Internacional do Aborto Seguro", celebrado hoje, e tinham como objetivo enviar uma mensagem a Meloni de que os manifestantes não vão apoiar nenhuma mudança na lei.
Conhecida como Lei 194, a legislação regulamenta a interrupção voluntária da gravidez, garantindo o acesso. Durante as mobilizações, as pessoas reivindicaram o aborto "livre, seguro e gratuito".
Para as militantes do movimento feminista 'Non una di Meno', uma mulher premiê como Meloni não é uma vitória para as mulheres "já que ela quer garantir o direito de 'não fazer aborto', anular os direitos das pessoas transexuais e a educação das diferenças".
Os organizadores dos atos temem que o partido de Meloni lance "uma política de 'Deus, pátria e família'" - uma referência ao seu manifesto político -, o que, segundo eles, pode impor "rígidos papéis de gênero, e atribuindo às mulheres a tarefa de reprodução e crescimento de uma nação branca, patriarcal e heterossexual".
A interrupção voluntária da gestação é permitida por lei na Itália desde 1978, mas o aborto via medicamentos foi autorizado apenas em 2009.
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