A Autoridade Reguladora de Energia, Redes e Ambiente (ARERA) da Itália anunciou nesta quinta-feira (29) que os preços da energia elétrica doméstica no território italiano vão aumentar 59% a partir do próximo mês.
Segundo dados de 2021 da agência, a mudança, que diz respeito ao aumento do valor da energia no atacado, afetará 41,5% dos lares italianos.
Em comunicado, a autoridade explica que as condições do mercado teriam provocado um aumento de preço muito maior de "cerca de 100%", mas a ARERA interveio "excepcionalmente" para amortecer a elevação.
"Com uma intervenção extraordinária, julgada necessária devido às condições extremamente graves da situação, a ARERA limita o aumento dos preços da eletricidade para as famílias ainda sob proteção e, mantendo-se em níveis muito elevados, evita a duplicação", explica a nota.
De acordo com o órgão de fiscalização da Itália, a diferença entre os preços de eletricidade previstos e reais no último trimestre, que deveria ter sido adicionada à conta, não foi levado em consideração. Apesar de ser um "cálculo necessário", foi adiado.
Desta forma, a fatura anual de eletricidade para a família italiana será de aproximadamente 1.322 euros em 2022, contra cerca de 632 euros em 2021.
"Preços nunca vistos antes estão a caminho das contas de eletricidade dos italianos", afirmou o diretor da Divisão de Energia da Arera, Massimo Ricci, após a atualização do preço.
"Independentemente do aumento percentual, é um percentual que se aplica a preços já muito altos e, portanto, chegamos a preços nunca vistos antes", O primeiro-ministro demissionário da Itália, Mario Draghi, também comentou sobre a valor mais caro da energia, principalmente no momento em que a guerra da Rússia na Ucrânia afeta os preços no setor em toda a Europa.
"A crise energética exige da Europa uma resposta que permita reduzir os custos para as famílias e as empresas, limitar os ganhos excepcionais obtidos pelos produtores e importadores, evitar distorções perigosas e injustificadas do mercado interno e manter a Europa novamente unida frente à emergência", disse ele.
Segundo Draghi, "diante das ameaças comuns do nosso tempo, não podemos dividir-nos de acordo com o espaço dos nossos orçamentos nacionais". "Nos próximos Conselhos Europeus devemos nos mostrar compactos, determinados, solidários - tal como temos sido ao apoiar a Ucrânia", acrescentou.
Já a possível futura premiê da Itália, a deputada Giorgia Meloni, do partido de extrema direita Irmãos da Itália, disse que "nenhum Estado membro pode oferecer soluções eficazes e de longo prazo por conta própria na ausência de uma estratégia comum, nem mesmo aqueles que parecem ser menos vulneráveis financeiramente".
"Por isso, a esperança é que o bom senso prevaleça no Conselho de Energia de amanhã", enfatizou ela, acrescentando que, "perante o desafio da crise energética, é necessária uma resposta imediata a nível europeu para proteger as empresas e as famílias".
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