A Confederação das Indústrias da Itália (Confindustria) defendeu nesta segunda-feira (3) que o próximo governo deve ter consciência de que o setor precisa ser salvo da crise de energia e alertou sobre a necessidade de manter disciplina nas contas públicas.
"O próximo governo deve deixar muito claro que o sistema industrial italiano deve ser salvo da crise energética, é uma questão de segurança nacional", declarou o presidente da Confindustria, Carlo Bonomi, na assembleia do Sindicato dos Industriais de Varese.
Segundo o executivo, "milhares de empresas estão em risco, centenas de milhares de empregos e renda para as famílias".
"Todos os recursos disponíveis, excluindo os verdadeiramente pobres, deve concentrar-se ali, porque sem indústria não há Itália".
No entanto, Bonomi alertou que o novo executivo precisa manter a disciplina nas contas públicas e ressaltou que a indústria não pode "pagar impostos fixos imaginativos e aposentadoria antecipada".
"Não queremos negar que os partidos cumpram suas promessas eleitorais, mas hoje energia e finanças públicas são duas frentes de emergência que não podem admitir loucuras para evitar o crescimento descontrolado da dívida e do déficit", acrescentou.
Comentando sobre a vitória da deputada de extrema direita Giorgia Meloni na eleição parlamentar, Bonomi disse que "não torcemos para ninguém".
"Não me expresso sobre o resultado eleitoral. Os italianos e não as empresas votam. Não apoiamos nem um nem outro. Propomos medidas e julgamos o que está sendo feito", lembrou.
Falando sobre o teto ao preço do gás, Bonomi defendeu que o limite seja imposto para todos e não apenas para o gás exportado da Rússia.
"O teto de preço deve ser todo o gás, não apenas o exportado da Rússia, especialmente agora que o gás russo está falhando", apoiou.
Para ele, "ninguém hoje pode fazer previsões realistas sobre o crescimento e os efeitos do aumento dos preços após a infame escolha dos russos".
"O governo precisa de uma ampla convergência geral nas escolhas, mesmo com a forças da oposição. Precisamos de seriedade, unidade e responsabilidade na energia e nas finanças públicas", declarou.
De acordo com o presidente da Confindustria, "o governo do primeiro-ministro da Itália, Mario Draghi, conseguiu usar 60 bilhões de euros em apoios sem comprometer a dívida e o déficit, algo que nunca aconteceu no passado".
Bonomi explicou ainda que não é possível "comprometer a queda da dívida porque correria o risco de se desviar do acordo com a Europa e aumentaria muito o spread. E se isso acontecer, a voz da Itália na mesa para a revisão das regras europeias é também reduzida para o próximo ano". "Nosso país simplesmente não pode arcar com isso." (ANSA)
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