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Nápoles abre faculdade de medicina em antigo reduto da máfia

Nápoles abre faculdade de medicina em antigo reduto da máfia

Unidade fica no lugar de uma das famigeradas Velas de Scampia

NÁPOLES, 17 outubro 2022, 09:23

Redação ANSA

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Inauguração da nova faculdade de medicina da Universidade de Nápoles Federico II - TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

Uma das universidades mais antigas do mundo inaugurou nesta segunda-feira (17) uma faculdade de medicina em Scampia, bairro de Nápoles, no sul da Itália, símbolo da poderosa máfia Camorra.

O novo prédio da Universidade de Nápoles Federico II, instituição fundada em 1.224, fica no mesmo local que antes abrigava uma das "Velas de Scampia", conjunto habitacional que serviu de cenário para a série "Gomorra" e demolido para dar espaço a um projeto de revitalização do bairro.

"Essa é uma iniciativa muito importante não apenas para a cidade de Nápoles, mas também como forte de sinal do quanto uma universidade pode fazer pelo próprio território e pelo próprio país", disse a ministra da Universidade da Itália, Maria Cristina Messa, durante uma cerimônia na maior cidade do sul do país.

"Espero que a comunidade acadêmica mantenha uma forte interação com a comunidade local", acrescentou Messa.

Já o prefeito de Nápoles, Gaetano Manfredi, afirmou que a inauguração da faculdade de medicina é a "vitória de uma cidade e de um bairro sobre o preconceito de que Scampia fosse local de morte e da Camorra".

"Se hoje temos essa universidade, devemos isso à comunidade de Scampia, que nunca desistiu e sempre pressionou as instituições para que esse sonho não se apagasse", ressaltou.

Por sua vez, o governador da Campânia, Vincenzo De Luca, admitiu que "a Camorra não desapareceu", mas disse que a realidade de Scampia é "tão complexa e rica que merece ser descrita em todos os seus aspectos".

O novo complexo tem 33 salas de aula com capacidade total para 2,66 mil estudantes, além de laboratórios didáticos, ambulatórios e auditório. Cerca de 100 alunos já começaram a frequentar a faculdade em Scampia, mas o número deve subir para mais de 800 neste semestre. (ANSA)

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