O ex-premiê da Itália, Mario Draghi, entregou neste domingo (23) o sino do Conselho de Ministros para a líder da extrema direita Giorgia Meloni, formalizando a transferência de poder para sua sucessora.
O rito solene no Palazzo Chigi, em Roma, oficializa a posse de Meloni como primeira premiê mulher da Itália. "Boas-vindas", disse Draghi.
Visivelmente emocionada, a líder do partido Irmãos da Itália (FdI) classificou o momento como "uma coisa de grande impacto emocional", principalmente por ter sido recebido pela guarda de honra das Forças Armadas no pátio da sede do governo.
Meloni prestou homenagem à bandeira italiana e seguiu para o primeiro andar do palácio, onde participou de uma reunião privada com Draghi por cerca de uma hora. Os dois se cumprimentaram e posaram para fotos oficiais, mas, até o momento, nenhum detalhe da conversa foi divulgado.
Agora, Meloni preside seu primeiro Conselho de Ministros como premiê do país europeu junto com o novo gabinete, que também tomou posse no último sábado. Ela ainda deve aprovar a nomeação do conservador Alfredo Mantovano para o influente cargo de vice-secretário da presidência.
A líder da extrema direita tomou posse ontem perante o chefe de Estado, Sergio Mattarella, à frente de um Executivo formado pelos três partidos que compõem a coalizão vencedora das eleições de 25 de setembro: FdI, Liga, do novo ministro de Infraestrutura, Matteo Salvini, e Força Itália (FI), do ex-premiê Silvio Berlusconi.
Aos 45 anos, Meloni vai liderar o governo mais à direita da Itália desde a fundação da República em 1946. Seu partido, o FdI, é herdeiro da extinta legenda pós-fascista Movimento Social Italiano (MSI), e a própria primeira-ministra encarregada já expressou opiniões simpáticas a Mussolini em sua juventude.
Hoje, no entanto, tenta se vender como uma líder moderada e responsável, tendo abandonado inclusive a proposta de tirar a Itália da zona de euro.
Ainda assim, construiu sua trajetória política com um discurso anti-migrantes, e uma de suas bandeiras é impor um bloqueio militar no Mediterrâneo para impedir a chegada de deslocados internacionais.
No poder, Meloni promete respeitar as regras orçamentárias da União Europeia e manter a política externa de Mario Draghi, incluindo o apoio incondicional à Ucrânia na guerra contra a Rússia. Ela, inclusive, declarou que vai governar com "orgulho e senso de responsabilidade".
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