Representantes da oposição criticaram nesta terça-feira (25) o discurso programático da nova primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, na Câmara dos Deputados.
Segundo o ex-premiê Giuseppe Conte, presidente do antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S), Meloni apresentou "mais de uma hora de vazio retórico, temperado com muitos slogans demagógicos e as costumeiras referências culturais da direita".
"Os cidadãos não escutaram uma única palavra sobre soluções para as contas caras e a crise energética. Menos mal que eles estavam 'prontos'", ironizou Conte.
Já Carlo Calenda, líder do partido de centro Ação, afirmou que a primeira-ministra apresentou uma "infinita lista de gastos, mas sem nenhum traço de como fazer as coisas". "Nenhuma escolha ou ideia de país, uma chatice mortal", disse.
O ex-ministro da Saúde Roberto Speranza, do Partido Democrático (PD), de centro-esquerda, criticou Meloni por não citar as vacinas durante seu discurso e por questionar o modelo "restritivo" de combate à pandemia de Covid-19.
"Lamento que Meloni ainda não tenha saído da campanha eleitoral. Sequer uma palavra sobre as vacinas. Será que ela tem medo de desagradar os antivax que votaram nela?", questionou.
Em seu discurso, a premiê foi interrompida por aplausos mais de 70 vezes, mas a oposição participou em apenas três: após Meloni lembrar que é a primeira mulher a governar a Itália, em uma homenagem a vítimas de inundações na região de Marcas e depois de uma citação ao papa Francisco. (ANSA)
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