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Italiano diz que abre mão de imunidade em crise no Parlamento UE

Italiano diz que abre mão de imunidade em crise no Parlamento UE

Cozzolino nega ter participação em escândalo que envolve Catar

BRUXELAS, 27 fevereiro 2023, 10:37

Redação ANSA

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Andrea Cozzolino pode perder a imunidade parlamentar por escândalo envolvendo Catar - TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

(ANSA) - O eurodeputado italiano Andrea Cozzolino voltou a afirmar nesta quarta-feira (4) que não faz questão de manter a imunidade e que irá depor ao Parlamento Europeu sobre o escândalo de corrupção com dinheiro do Catar que atinge a instituição.

Cozzolino, que é do Partido Democrático (PD) e faz parte do grupo parlamentar Socialistas & Democratas (S&D), é alvo de um processo interno de revogação de imunidade ao lado do belga Marc Tarabella.

"Depois de ter já avançado um pedido formal em tal sentido às autoridades judiciárias precedentes, o honorável Andrea Cozzolino pedirá também à assembleia parlamentar a qual pertence para ser ouvido para responder a todas as perguntas e oferecer todas as informações e esclarecimentos úteis sobre os fatos", informa uma nota oficial dos advogados.

A referência ao "pedido formal às autoridades" refere-se a uma declaração de dezembro, logo depois que o nome do italiano foi envolvido no escândalo, em que Cozzolino pedia para depor para a justiça belga.

Ainda conforme o comunicado, o eurodeputado "não pretende invocar a imunidade parlamentar para a atividade política que desenvolve de maneira livre e transparente, sendo totalmente estranho aos fatos de crime que são citados".

O italiano sempre negou saber de um esquema de suborno e afirma que seu nome foi envolvido apenas porque um dos detidos, o assessor parlamentar Francesco Giorgi, já trabalhou para ele.

Diferentemente de Tarabella, os policiais não fizeram nenhuma operação de busca e apreensão na casa ou no Gabinete do eurodeputado.

O escândalo de corrupção que abalou o Parlamento Europeu foi revelado em 9 de dezembro, com a execução de 16 mandados de busca e apreensão e/ou prisão contra funcionários da instituição.

Estão detidos em Bruxelas quatro pessoas: Eva Kaili, ex-vice-presidente do PE, Giorgi, que também é marido de Kaili, o ex-eurodeputado italiano Antonio Panzeri e o diretor da ONG No Peace Without Justice, o também italiano Niccolò Figa-Talamaca.

Na Itália, a esposa e a filha de Panzeri, Maria Colleoni e Silvia Panzeri, estão em detenção domiciliar.

A suspeita é que os participantes do esquema faziam com que textos favoráveis ao Catar - envolvido em uma série de denúncias de violações de direitos humanos por conta da Copa do Mundo realizada em dezembro de 2021 - fossem debatidos e aprovados no Parlamento Europeu. Em troca, recebiam subornos em dinheiro vivo e em viagens e presentes.
   

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