(ANSA) - O ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, se reuniu nesta sexta-feira (13) com seu homólogo turco, Mevlut Cavusoglu, em Ancara em reunião que abordou questões envolvendo a migração, a crise na Líbia e também a guerra na Ucrânia.
"Itália e Turquia devem enfrentar problemas muito importantes na questão migratória. [Na Itália] há um crescimento de migrantes ilegais que chegam de várias partes, da Líbia a Tunísia, do Mediterrâneo e, por sorte, não muitos da Turquia por conta da eficiência dos seus controles. Precisamos trabalhar juntos, trabalhar com o norte da África, com o Oriente Médio com intervenções imediatas e de médio e longo prazo", disse Tajani na coletiva pós-reunião.
Ainda conforme o italiano, os dois governos concordam que a "estabilidade na Líbia" é fundamental para toda a região.
Ex-colônia italiana, a nação vive uma profunda crise social, política e econômica desde 2011 quando o ditador Muammar Khadafi foi derrubado. Por conta do caos nacional, é considerado - ao lado da Tunísia - o principal ponto de partida de pessoas que buscam por uma vida melhor na Europa por meio de uma perigosa travessia no Mar Mediterrâneo.
"Vamos trabalhar para fazer com que as eleições permitam ao país que se governe. Desenvolveremos iniciativas conjuntas, e convidei o enviado das Nações Unidas em Roma porque concordamos que a ONU deve participar dessas iniciativas", acrescentou.
As eleições na Líbia deveriam ter ocorrido em dezembro de 2021, mas foram suspensas por conta de novos problemas políticos entre os dois Parlamentos que existem no país, o reconhecido internacionalmente de Trípoli, e o dos rebeldes comandados pelo marechal Khalifa Haftar, em Tobruk.
Já Cavusoglu também ressaltou a visão comum dos dois governos na guerra da Ucrânia, iniciada pela Rússia em fevereiro do ano passado, e que a Turquia vem tentando intermediar de várias formas - tendo sucesso apenas na liberação da exportação de grãos ucranianos dos portos do Mar Negro.
"Disse ao meu amigo Tajani que a Itália deve nos apoiar e que há uma política da União Europeia, mas certos países importantes devem serem mais flexíveis para chegar ao fim da guerra", acrescentou Cavusoglu sem citar nominalmente que nações seriam essas.
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