(ANSA) - A polícia italiana denunciou pelo menos 20 pessoas por publicar injúrias nas redes sociais contra a senadora Liliana Segre, sobrevivente do campo de extermínio nazista de Auschwitz.
Segre, de 92 anos de idade, havia apresentado uma queixa sobre o caso no mês passado. Os ataques contra a senadora ocorreram entre outubro e dezembro de 2022.
Após uma minuciosa investigação das autoridades de Milão, as pessoas que acabaram na mira da polícia local foram 17 homens e três mulheres de diversas classes sociais.
Entre as pessoas envolvidas no caso estão Gabriele Rubini, mais conhecido como Chef Rubio, um ex-jogador de rugby e apresentador de um programa de culinária.
A senadora vitalícia afirmou que Rubini, de 39 anos de idade, a criticou por não defender os palestinos em seus comentários recentes sobre Israel.
Os indivíduos envolvidos no caso poderão responder por difamação por meios telemáticos agravada por motivos religiosos, étnicos ou raciais.
Quem é Liliana Segre?
Nascida de uma família laica judia de Milão em 10 de setembro de 1930, Segre tinha apenas 13 anos quando foi deportada para Auschwitz-Birkenau, na Polônia, graças às leis antissemitas de Mussolini.
Ao chegar ao campo de extermínio, foi separada do pai, com quem não voltaria mais a se reunir. Com o número 75.190 tatuado no braço, a jovem fez trabalhos forçados em uma fábrica de munições e, em janeiro de 1945, participou da chamada "marcha da morte", a transferência de prisioneiros da Polônia para a Alemanha.
Segre foi libertada em maio daquele mesmo ano pelo Exército soviético e passou a viver com os avós maternos, os únicos sobreviventes da família.
Em janeiro de 2018, após uma vida dando testemunho dos horrores do Holocausto e de sua superação, especialmente para jovens, foi nomeada senadora vitalícia pelo presidente da Itália, Sergio Mattarella.
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS © Copyright ANSA