(ANSA) - A Itália ganhou um reforço de peso em seu projeto para se tornar sede do Telescópio Einstein, futuro megaobservatório europeu de ondas gravitacionais.
Trata-se de Giorgio Parisi, vencedor do Nobel de Física em 2021 e que foi nomeado nesta quinta-feira (9) como presidente do comitê técnico-científico da candidatura da pequena cidade de Lula, na Sardenha.
"O Telescópio Einstein é um projeto de importância extraordinária, uma grande estrutura internacional que representa uma oportunidade para a pesquisa científica na Itália e também para a indústria nacional e a economia do país", disse a ministra da Universidade e da Pesquisa, Anna Maria Bernini.
O comitê ainda terá o embaixador Ettore Sequi, secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores, Antonio Zoccoli, presidente do Instituto Nacional de Física Nuclear (INFN), e Marica Branchesi e Fernando Ferroni, membros do Instituto Científico Gran Sasso.
"O Telescópio Einstein permitiria ao país reforçar sua liderança científica. Queremos levar a pesquisa italiana cada vez mais alto, e o envolvimento de Parisi é a prova disso", acrescentou a ministra.
A Itália já conta com um observatório de ondas gravitacionais, o Virgo, situado em Pisa, mas o Telescópio Einstein terá uma sensibilidade muito maior que os instrumentos atuais, embora sua inauguração esteja prevista para somente daqui a uma década.
Até o momento, Lula, município de 1,3 mil habitantes, concorre apenas contra Meuse-Rhin, na tríplice fronteira entre Alemanha, Bélgica e Países Baixos. A decisão final da União Europeia é aguardada para 2024.
Previstas na Teoria da Relatividade Geral de Albert Einstein, as ondas gravitacionais são ondulações no tecido do espaço-tempo provocadas por eventos cósmicos violentos envolvendo corpos superdensos, como buracos negros e estrelas de nêutrons.
Sua existência foi comprovada em 2015, com a detecção pelo observatório Ligo, nos Estados Unidos, de ondas provocadas pela fusão entre dois buracos negros.
Geralmente, esses observatórios consistem em detectores no formato de L e utilizam lasers para medir dilatações infinitesimais no espaço-tempo, de modo que precisam ser construídos em lugares altamente estáveis e com pouca interferência humana. (ANSA)
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