(ANSA) - O ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, criticou a França por não ter envolvido o governo italiano na reunião inesperada com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e o chanceler alemão, Olaf Scholz.
"No que diz respeito ao acordo trilateral Scholz, Macron e Zelensky, com a França não houve uma lágrima, mas, na minha opinião, foi um erro não envolver a Itália, visto que existe um Tratado do Quirinale", declarou Tajani nesta sexta-feira (10), à margem da cúpula Medor da Fundação Leonardo em Roma.
Nesta semana, o presidente francês, Emmanuel Macron, se reuniu em Paris com Zelensky e Scholz e provocou críticas da Itália, apesar de Tajani ter negado que o país esteja "isolado" na questão ucraniana.
Em entrevista divulgada hoje no jornal italiano Corriere della Sera, o chanceler italiano já havia explicado que a ausência de Meloni em Paris foi "uma gafe diplomática".
"Eu esperava que a Itália estivesse presente naquela mesa: cumprimos nosso dever. Apoiamos imediatamente a Ucrânia. Enviamos ajuda de mais de um bilhão", acrescentou o ministro, que qualificou a ação de Macron como um erro "que não fortalece a unidade europeia" nesta questão.
"Devemos seguir em frente, porque o que importa é a união dos europeus para apoiar a Ucrânia neste momento tão importante", concluiu.
Meloni -
A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, disse que as relações bilaterais com a França não estão comprometidas, apesar de Macron ter errado ao não convidar seu governo para a reunião com o presidente da Ucrânia.
“O que aconteceu não compromete minhas relações, mas quando algo está errado, tenho que dizer", declarou ela em uma coletiva de imprensa em Bruxelas.
Para Meloni, “não é fácil para nenhum de nós administrar a questão da Ucrânia com a opinião pública, o que fazemos, fazemos porque é certo, mas talvez não seja a melhor coisa em termos de consenso”.
“O que estava certo era a foto do dia 27 com Zelensky, antecipar a unidade com um encontro em Paris era politicamente errado”, concluiu. (ANSA)
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