(ANSA) - A Itália recorda nesta sexta-feira (10) o Massacre das Foibe, um dos episódios mais trágicos relacionados à participação do país na Segunda Guerra Mundial.
Após o encerramento do conflito, milhares de pessoas que se opunham à anexação da região de Veneza Giulia pela então Iugoslávia comunista foram assassinadas pelo Exército do marechal Josip Broz Tito.
As vítimas eram jogadas com ou sem vida em buracos formados pela ação da água no solo, chamados na Itália de "foibe".
Estimativas apontam que de 5 mil a 17 mil italianos morreram na perseguição iugoslava, sendo que a maioria residia na cidade de Trieste e nas regiões croatas de Ístria e Dalmácia.
"Lembramos hoje duras e obstinadas perseguições e violências, com massacres e, sucessivamente, expurgos através de êxodo em massa. Uma carga de sofrimento, dor e sangue que, por muitos anos, foi removida da memória coletiva e, em alguns casos, até negada", afirmou o presidente da Itália, Sergio Mattarella, em uma cerimônia no Palácio do Quirinale.
"Ninguém deve ter medo da verdade. A verdade nos liberta. Todas as ditaduras falsificam a história, manipulando a memória, na tentativa de impor a verdade de Estado", acrescentou.
O massacre foi negado durante muito tempo por parte da esquerda italiana, e o Dia da Lembrança foi instituído apenas em 2004.
"Hoje a Itália celebra o Dia da Lembrança e paga seu tributo aos mártires das foibe e aos italianos forçados a abandonar suas terras pelo simples fato de ser italianos. A memória das foibe foi por muito tempo vítima de uma verdadeira conspiração de silêncio", afirmou a premiê Giorgia Meloni. (ANSA)
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