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Sentença sobre avalanche no Rigopiano irrita famílias de vítimas

Sentença sobre avalanche no Rigopiano irrita famílias de vítimas

Parentes tiveram de ser contidos pelas forças de segurança

PESCARA, 24 fevereiro 2023, 12:11

Redação ANSA

ANSACheck

'Nunca mais ', diz mensagem colocada ao lado dos rostos das vítimas da avalanche no Hotel Rigopiano - TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

(ANSA) - O Tribunal de Pescara, no centro da Itália, absolveu nesta quinta-feira (23) 25 réus e condenou outros cinco no processo sobre a avalanche que destruiu o Hotel Rigopiano em 18 de janeiro de 2017, deixando um saldo de 29 mortos.

O balanço final do julgamento em primeira instância irritou os parentes das vítimas, que gritaram palavras como "vergonha", "vendidos" e "assassinos". Alguns deles tiveram de ser contidos pelas forças de ordem.

"Esses aqui têm lixo no lugar do coração", criticou o pai de Jessica Tinari, morta no Rigopiano ao lado de seu namorado, Marco Tanda. "Nós queremos respeito das instituições, pagamos com nossos impostos seus altos salários, e esses delinquentes nos tratam desse modo", acrescentou.

Já um sobrevivente da avalanche, Giampaolo Matrone, que perdeu sua esposa, Valentina Cicioni, na tragédia, ameaçou o juiz Gianluca Sarandrea. "Juiz, isso não acaba aqui", prometeu.

Os réus respondiam por crimes como desastre culposo, lesões culposas, homicídios culposos, falsidade ideológica, construção abusiva e abuso de poder, além de diversos delitos ambientais, devido à edificação do hotel em uma zona de elevado risco de avalanche e à demora para atender a pedidos de socorro.

O hotel ficava na cidade de Farindola, na Cordilheira dos Apeninos, e foi completamente destruído pela avalanche, que ocorreu enquanto os hóspedes e funcionários aguardavam o envio de um caminhão limpa-neve para desobstruir as estradas e permitir a evacuação do local - no momento do deslizamento, as vítimas estavam no saguão do Rigopiano.

Os únicos condenados pela tragédia são o prefeito de Farindola, Ilario Lacchetta (dois anos e oito meses); o ex-administrador do hotel Bruno Di Tommaso (seis meses); Giuseppe Gatto, redator de um relatório técnico sobre o pedido de socorro feito pelo Rigopiano (seis meses); e dois dirigentes da província de Pescara: Paolo D'Incecco e Mauro Di Blasio, ambos sentenciados a três anos e quatro meses de cadeia.

O MP havia pedido a condenação dos 30 réus a penas que totalizavam 151 anos de reclusão, mas o tribunal absolveu diversos dirigentes da região de Abruzzo, da Defesa Civil, da Prefeitura de Farindola e da Província de Pescara, além da empresa Gran Sasso Resort & Spa, dona do Rigopiano.

Ainda cabe recurso contra as condenações e as absolvições. (ANSA)

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