(ANSA) - O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, dissolveu o Parlamento e convocou eleições antecipadas para 23 de julho, após a derrota da centro-esquerda nos pleitos regionais e municipais do último fim de semana.
A decisão do líder do Partido Socialista Operário Espanhol (Psoe) causou surpresa, uma vez que o país assumirá a presidência rotativa da União Europeia no segundo semestre e a atual legislatura terminaria naturalmente no fim do ano.
"Acabei de ter uma reunião com o rei [Felipe VI], durante a qual comuniquei a decisão de dissolver o Parlamento e convocar eleições gerais", disse Sánchez em um discurso em rede nacional.
"Tomei essa decisão à luz dos resultados das eleições de ontem. Ainda que a votação fosse regional ou local, o significado do resultado vai além", acrescentou. O Partido Popular (PP), de centro-direita, manteve o domínio na cidade e na comunidade autônoma de Madri e conquistou seis regiões que eram governadas pela centro-esquerda: Aragão, Cantábria, Comunidade Valenciana, Estremadura, Ilhas Baleares e La Rioja.
Na maior parte dessas comunidade autônomas, o PP terá de governar em aliança com o partido de extrema direita Vox, mas a legenda também triunfou em cidades importantes, como Sevilha e Valencia. Em âmbito nacional, o PP recebeu 31,5% dos votos, contra 28,1% do Psoe.
Segundo o cientista político Pablo Simón, professor da Universidade Carlos III de Madri, o objetivo de Sánchez agora é pelo menos "empatar" com o bloco conservador nas eleições antecipadas.
"A única possibilidade da esquerda é governar perdendo, mirando a perspectiva de que nenhum dos dois blocos obtenha maioria absoluta", explicou Simón. De acordo com o cientista político, o premiê socialista vai tentar "assustar" o eleitorado com a possibilidade de um acordo pós-eleições entre PP e Vox.
Itália
O vice-premiê e ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, comemorou a vitória da direita nas eleições regionais espanholas.
"A centro-direita guiada pelo PP vence com folga as eleições na Espanha, confirmando o início de uma nova fase política. Sucessos como os de Valencia e Sevilha são um sinal importante em vista das próximas eleições gerais e europeias", escreveu o chanceler no Twitter. (ANSA)
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