(ANSA) - O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), disse nesta terça-feira (22) que o grupo Brics quer "sentar-se à mesa de negociações" com a União Europeia (UE) e os Estados Unidos "em igualdade de condições".
Durante live do programa semanal "Conversa com o Presidente", transmitido excepcionalmente a partir de Joanesburgo, onde acontece a cúpula do bloco de economias emergentes, o petista reforçou a necessidade de melhorar a relação com a UE e os EUA.
"Queremos nos sentar em igualdade de condições com a União Europeia e os Estados Unidos", declarou ele, reforçando que os Brics representam "um terço do PIB mundial".
"Nós queremos mudar os costumes nas relações internacionais. Existimos, sonhamos grande", acrescentou.
Segundo Lula, um outro mundo é possível, porque o grupo não quer briga com ninguém, mas quer uma "integração que permita que todos os países sejam tratados em igualdade de condições".
O presidente brasileiro afirmou ainda que os Brics querem criar um banco "mais forte que o Fundo Monetário Internacional (FMI)", mas que "tenha outros critérios para emprestar dinheiro aos países".
"Não sufocando, mas emprestando na perspectiva de que o país crie as condições para investir dinheiro, desenvolver-se e pagar", enfatizou.
Além disso, reiterou sua disposição em acolher mais países no grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
"Imagina a adesão da Indonésia aos BRICS?", questionou o líder progressista.
Lula, que afirmou torcer por "um mundo mais democrático e mais solidário", disse depois querer "provocar uma discussão sobre a desigualdade" no evento na África do Sul, e reforçou que os Brics são "um grupo muito importante", tal como eles representam "o hemisfério sul".
"Vou provocar a discussão sobre a desigualdade nessa cúpula do Brics, que é um grupo muito importante. Não é pouca coisa, não", reiterou.
Por fim, o mandatário defendeu que todos os países que compõem o Brics se tornem membros permanentes do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). Atualmente, apenas Rússia e China fazem parte.
"É preciso que a gente convença a Rússia e a China que o Brasil, a África do Sul e a Índia possam entrar no Conselho de Segurança. Esse é um debate que vamos fazer. Inclusive, pra gente possibilitar a entrada de novos países, a gente tem que limitar [a discussão] a uma certa coisa que todo mundo concorde", concluiu.
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