(ANSA) - O porta-voz do Poder Executivo da União Europeia, Peter Stano, declarou nesta quinta-feira (24) que a Comissão "não vai especular" sobre a morte do fundador do grupo mercenário Wagner Yevgeny Prigozhin.
"Como tantas outras coisas na Rússia, verificar os fatos é difícil para nós. Todos sabemos quais eram as precauções, o que era o Wagner, o que tinham que fazer, o que estão fazendo não só em Belarus mas no mundo todo, nos países africanos, na Síria, Líbia, etc", disse.
"Houve uma clara influência negativa e ações negativas conduzidas por eles, mas a respeito de sua possível morte, não cabe a nós verificá-la", concluiu o porta-voz.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, também se manifestou nesta quinta-feira. "Não temos nada a ver com isso, todos sabem quem é o responsável", disse, segundo o veículo Ukrainska Pravda.
O Instituto para o Estudo da Guerra (ISW) também considera que o presidente russo, Vladimir Putin, "quase certamente ordenou ao comando militar russo que abatesse o avião": "Provavelmente é uma tentativa pública de reafirmar seu domínio e de obter vingança pela humilhação que a rebelião armada do grupo Wagner em 24 de junho causou ao governo".
"É extremamente improvável que membros das Forças Armadas russas, como o ministro da Defesa, Sergei Shoigu, e o chefe do Estado-Maior do Exército, General Valery Gerasimov, tenham justiçado Prighozin sem a ordem de Putin", acrescentaram os especialistas.
Países europeus também se manifestaram individualmente: o porta-voz do governo francês, Olivier Véran, disse em entrevista a France 2 que "existem dúvidas razoáveis sobre as condições do incidente aéreo".
A chanceler alemã, Annalena Baerbock, disse que o que aconteceu "não está claro": "Mas sabemos que o Kremlin mente para nós sempre. Não é por acaso que todo o mundo olhou para lá imediatamente quando um ex-parceiro de Putin que terminou em desgraça caiu literalmente do céu".
Já a Lituânia, em crise com Belarus justamente pela presença dos mercenários na fronteira entre os países, considera que "a situação não mudou muito".
"O que ocorreu demonstra que o regime entra em uma nova fase, mas certamente não melhora a nossa segurança. Nosso dever é proteger a segurança das nossas fronteiras, o compromisso com a Ucrânia e a conclusão do conflito", declarou o presidente, Gitanas Nauseda.
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