(ANSA) - O Parlamento da União Europeia concedeu nesta quinta-feira (19) o Prêmio Sakharov em 2023 para a jovem Jina Mahsa Amini, cuja morte deflagrou uma onda de protestos no Irã, e ao movimento "Mulher, Vida e Liberdade", que luta contra a discriminação de gênero no país persa.
Essa é a maior honraria da UE para reconhecer a liberdade de pensamento e a batalha pelos direitos civis, e os vencedores foram anunciados pela presidente do Europarlamento, Roberta Metsola.
Jina Mahsa Amini era uma jovem curda de 22 anos que foi presa pela polícia em Teerã, capital do Irã, em 13 de setembro de 2022, por supostamente ter desrespeitado as regras sobre o uso do véu islâmico.
A jovem morreu em um hospital três dias depois de sua detenção devido a agressões sofridas sob custódia policial. A morte de Amini desencadeou uma onda de protestos contra o regime teocrático em vigor no Irã desde 1979, o uso obrigatório do véu e a discriminação de gênero, sob o slogan "Mulher, Vida e Liberdade".
"O mundo ouviu o grito 'Mulher, Vida e Liberdade', e o Prêmio Sakharov é uma prova disso. O Parlamento Europeu dá seu apoio ao corajoso povo iraniano que luta por mudanças. Estamos com vocês", disse Metsola.
Entregue pela primeira vez em 1988, para Nelson Mandela e Anatoly Marchenko, o Prêmio Sakharov leva o nome do dissidente soviético Andrei Sakharov. A ideia é reconhecer indivíduos, grupos e organizações que contribuem para a defesa dos direitos humanos no mundo.
Os vencedores recebem, além da medalha, um valor de 50 mil euros (R$ 267 mil, pela cotação atual). A cerimônia está prevista para 13 de dezembro, no plenário do Parlamento Europeu, em Estrasburgo, mas ainda não está claro quem vai representar Amini.
No início de outubro, o Nobel da Paz já havia laureado a ativista iraniana pelos direitos das mulheres Narges Mohammadi, prisioneira política do regime dos aiatolás. (ANSA)
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